O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que foi vice-presidente da República no governo Jair Bolsonaro (PL), presta depoimento nesta sexta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa do general Augusto Heleno, investigado por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Mourão foi indicado também pelas defesas de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil). Apesar da proximidade com os acusados, Mourão não aparece como réu nem foi citado no relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR) que denunciou 34 pessoas, incluindo o ex-presidente.

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Ao longo das investigações, o senador já se manifestou publicamente sobre o caso em diversas ocasiões, adotando um tom crítico às suspeitas levantadas. Em novembro de 2024, durante entrevista ao podcast Bom Dia Mourão, classificou a articulação investigada como um “plano sem pé nem cabeça”, sugerindo que não via elementos concretos para enquadrar o caso como tentativa real de golpe.
“Nós temos um grupo pequeno de militares, a maioria da reserva, que em tese montaram um plano sem pé nem cabeça. Não consigo nem imaginar como uma tentativa de golpe”, afirmou.
Em outro momento, Mourão questionou o fundamento legal das acusações contra os envolvidos. “É crime escrever bobagem? Vou deixar isso para os juristas. Vamos discutir isso. Eu vejo crime quando se parte para a ação.”
A declaração do ex-vice-presidente contrasta com os argumentos da PGR, que aponta a existência de um plano coordenado para invalidar o resultado das urnas e manter Bolsonaro no poder, com a participação de integrantes das Forças Armadas, ex-ministros e assessores próximos.
Até o momento, não há elementos públicos que envolvam diretamente Mourão na elaboração ou execução do plano investigado. Seu nome não aparece em diálogos interceptados, rascunhos de decretos golpistas ou nas denúncias formais oferecidas pela PGR.
O depoimento ocorre no âmbito da ação penal que tramita contra o chamado “núcleo 1” da trama, e que tem entre os réus o próprio Jair Bolsonaro. Desde segunda-feira (19), o STF tem ouvido testemunhas de defesa dos acusados.
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Fonte: InfoMoney