Apesar da forte valorização das ações da Motiva (MOTV3), ex-CCR, e Ecorodovias (ECOR3) no ano, a XP Investimentos reiterou em relatório recomendação de compra para os ativos, incorporando novas estimativas após resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
Segundo cálculos, as taxas internas de retorno (TIR) reais para o acionista permanecem atrativas em torno de 12 e 13% para MOTV3–ECOR3, cerca de 4,8 a 5,9 pontos percentuais (p.p.) em relação a taxa livre de risco real do Brasil. Isso apesar da recente valorização (MOTV3 e ECOR3 subiram cerca de 20% e 40%, respectivamente, desde a última atualização da XP em março, em comparação com alta de 8% do Ibovespa).
O setor brasileiro de rodovias pedagiadas registrou um aumento significativo na entrada de novos participantes, com 14 licitantes em 2024 — o maior número desde 2013.
De acordo com a XP, três fatores principais explicam esse movimento: (i) a existência de um fluxo consistente de novos projetos entre 2013 e 2017, com cerca de 4 a 5 leilões por ano, o que conferiu previsibilidade à oferta de ativos; (ii) a perspectiva de um robusto pipeline de concessões, com até 30 leilões potenciais previstos; e (iii) a evolução do arcabouço regulatório, que contribui para melhorar o perfil de risco-retorno dos projetos.
Para XP, essa nova configuração tem resultado em uma mudança no perfil dos participantes, com instituições financeiras assumindo o protagonismo antes ocupado por contratantes tradicionais e com a entrada crescente de players internacionais no mercado.
Embora novos participantes tenham surgido no Brasil, a XP continua observando a oferta e demanda por novos projetos de forma saudável.
A XP cita duas razões principais: (i) a oferta de ativos também aumentou junto com a entrada de novos players (a relação entre o número de licitantes e leilões não aumentou, e os descontos nas licitações permaneceram em níveis controlados); e (ii) vemos alta qualidade e diversidade no perfil dos participantes atuais (vemos com bons olhos a predominância atual de participantes financeiros).
A XP realizou a modelagem e análise dos reequilíbrios contratuais dos projetos dos projetos MSVia e Eco101. Na avaliação da casa, os novos parâmetros projetados podem resultar em VPLs (valor presente líquido) positivos tanto para Motiva quanto para Ecorodovias, desde que os contratos sejam mantidos nos termos reequilibrados.
Além disso, a XP destaca que o governo impôs medidas rigorosas de governança para os primeiros anos de vigência dos contratos, com o objetivo de garantir a execução dos investimentos previstos.
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Fonte: InfoMoney