O Morgan Stanley elevou sua recomendação para as ações da Vibra (VBBR3) de equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo passando de R$ 26,50 para R$ 30, destacando a companhia como sua preferida no setor de distribuição de combustíveis no Brasil. A recomendação para a Ultra (UGPA3) também foi revisada, passando de underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para equalweight, com preço-alvo subindo de R$ 21 para R$ 22.
Com isso, os ativos do setor subiram nesta segunda-feira (30), com UGPA3 avançando 4,03% (R$ 17,54), enquanto VBBR3 teve ganhos de 2,12% (R$ 21,66).
Segundo o banco, a Vibra oferece uma combinação mais atrativa de risco-retorno, com destaque para um forte ciclo de desalavancagem, maior geração de caixa livre e a possibilidade de monetização da participação na Comerc a partir de 2026. Esses fatores devem abrir espaço para aumento na distribuição de dividendos.
O Morgan Stanley vê o setor de distribuição de combustíveis em um ponto de inflexão, com potencial de expansão de margem de até R$ 74 por m³ no longo prazo — cerca de 50% acima dos níveis atuais. Mesmo a captura parcial desse ganho já representaria uma valorização significativa para as empresas do segmento. A projeção base do banco considera que metade desse potencial (R$ 37/m³) será gradualmente incorporada ao longo dos próximos 10 anos.
A visão mais construtiva do Morgan é sustentada por mudanças regulatórias recentes e esperadas, como a tributação monofásica sobre o etanol, maior fiscalização sobre a mistura de biodiesel e compra de créditos de carbono (CBIOs), aplicação de multas mais severas e combate mais efetivo a empresas de fachada. Essas medidas devem conter práticas ilegais que, nos últimos anos, favoreceram distribuidores sem bandeira e pressionaram as margens dos players tradicionais.
O relatório destaca que Vibra e Ultrapar vêm perdendo participação de mercado para players independentes, cujo market share saltou de 30% para 43% nos últimos três anos. Essa tendência tem sido impulsionada por concorrência desleal, como evasão fiscal, adulteração de combustíveis e descumprimento de regras ambientais. De acordo com o Instituto Combustível Legal (ICL), o setor perde cerca de R$ 14 bilhões por ano em arrecadação tributária.
O Morgan ressalta que, apesar do desempenho fraco das ações do setor nos últimos anos — com desvalorização média de 47% nos múltiplos valor da firma (EV)/Ebitda frente ao histórico —, há espaço para recuperação. Com a esperada expansão de 700 pontos-base no ROIC (retorno sobre capital investido) até o fim da década, os analistas veem potencial para que os múltiplos voltem à faixa de 7 vezes e 8 vezes no longo prazo. Atualmente, Vibra negocia a 5,4 vezes EV/Ebitda para 2026, e Ultrapar, a 4,4 vezes.
Por fim, o banco reforça que prefere exposição à Vibra, tanto pela expectativa de ganho de participação de mercado quanto pelo potencial de valorização dos ativos e melhora na estrutura de capital.
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Fonte: InfoMoney