Ela foi o ícone de estilo mais influente da década de 1990. E o Met Gala era, como é hoje, a maior noite da moda. Então, embora possa ser surpreendente que a Princesa Diana tenha comparecido ao evento beneficente anual apenas uma vez, em 1996, não é de admirar que ela tenha sido o centro das atenções.
Então Princesa de Gales, ela chegou ao Metropolitan Museum of Art poucas horas depois de chegar a Nova York de Concorde. Câmeras e comoção a acompanharam a cada passo desde que se divorciou do então herdeiro da Grã-Bretanha, Príncipe Charles, menos de quatro meses antes. E enquanto ela subia os degraus icônicos do Met com sua amiga (e presidente da noite), a editora da Harper’s Bazaar Liz Tilberis, ficou claro que Diana pretendia aproveitar a atenção.
Isso ficou evidente não apenas em sua escolha de vestido – um ousado vestido azul-marinho inspirado em uma camisola, com acabamento em renda preta – mas também em sua decisão de alterar secretamente a peça para algo muito mais arriscado do que seu designer havia planejado.
A roupa foi obra de John Galliano, que havia recentemente deixado a Givenchy para assumir o comando da Dior. O tema do Met Gala daquele ano (e a exposição que o acompanhava) centrava-se no fundador da marca francesa, Christian Dior. E a primeira tarefa de alta-costura de Galliano foi vestir a participante mais conhecida do evento. Ele visitou o Palácio de Kensington, em Londres, antes do baile, para compartilhar desenhos e discutir ideias com a princesa.
Relembrando a experiência na série documental da Hulu do ano passado, “In Vogue: The 90s”, o designer britânico disse que pressionou Diana a usar rosa, mas “ela não queria de jeito nenhum”. A princesa fez do seu jeito – e mais ainda: depois de receber o vestido finalizado, ela o modificou drasticamente sem o conhecimento de Galliano.
“Avançando para o evento, e eu só me lembro dela saindo do carro. Eu não podia acreditar. Ela havia arrancado o corpete”, revelou o designer no documentário. “Ela não queria usar o corpete.”

Escapando dos códigos de vestimenta reais
A biógrafa real Katie Nicholl afirmou que Diana temia que a roupa ousada pudesse envergonhar seu filho, então com 14 anos, Príncipe William. Mas o visual pareceu ser bem recebido pela imprensa e outros participantes.
“Ela simplesmente o torna um pouco mais glamoroso, um pouco mais bonito, porque ela é ambos”, disse a apresentadora Barbara Walters ao programa de TV “Hard Copy”, cujo segmento elogiou que Diana era “uma obra de arte”. Mais tarde naquela semana, um artigo de opinião do New York Times disse que a princesa havia “demonstrado os poderes restauradores da celebridade”.
Além disso, o visual sinalizou que Diana não estava mais limitada por um código de vestimenta real – um que certamente teria ditado um vestido de baile (ou pelo menos um vestido de noite longo bem menos revelador) para um evento como o Met Gala. “Ela se sentiu tão libertada”, disse Galliano no documentário de 2024, descrevendo a roupa alterada como “muito mais sensual” do que seu design inicial.
A escolha de joias de Diana também comunicou uma agência recuperada. Ela usou seu anel de noivado de safira – no dedo anelar da mão esquerda, nada menos. Nesse novo contexto, no entanto, o anel se tornou um símbolo de independência. Segundo relatos, ele a lembrava do anel de noivado de sua mãe, e sua decisão de continuar usando a joia a estabeleceu como uma herança de família, não o vestígio de um casamento fracassado. O anel foi usado mais tarde por William quando ele pediu Kate Middleton em casamento em 2010.
O marcante colar de safira e pérolas que Diana levou ao Met, por sua vez, era o mesmo que ela havia usado tanto com seu “vestido da vingança” (o vestido de cetim decotado usado depois que a infidelidade de Charles veio à tona) quanto com seu “vestido Travolta” (o modelo com ombros de fora com o qual ela dançou com John Travolta, 10 anos antes).
Depois, havia a bolsa de Diana, que falava de seu status como ícone da moda. Era uma versão mini de uma que ela havia recebido de presente da então primeira-dama da França, Bernadette Chirac, no ano anterior. Desenhada pelo antecessor de Galliano na Dior, Gianfranco Ferré, e não oficialmente conhecida como Chouchou – “favorita” em francês –, a bolsa original acompanhou Diana a inúmeros eventos públicos. Seu patrocínio provou ser tão influente que, em 1996, a Dior a renomeou Lady Dior em sua homenagem.
Chamativo, temático e cheio de simbolismo – foi, em muitos aspectos, o visual perfeito para o Met Gala. E enquanto a elite da moda se prepara para seguir, literalmente, os passos da princesa no evento beneficente de 2025 na segunda-feira, vale lembrar: poucas chegadas na escadaria do museu geraram tanta emoção quanto a de Diana.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Met Gala: relembre como foi a única aparição de Princesa Diana no evento no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil