Em seu primeiro discurso no Parlamento alemão como chanceler, Friedrich Merz pediu união do Ocidente contra o presidente russo Vladimir Putin. Para Merz, fortalecer a segurança europeia é uma “prioridade”. Foi o primeiro retorno de Merz ao Bundestag, após o fiasco de ter que se submeter a uma segunda votação para ser confirmado primeiro-ministro.
Em frente a ministros e à oposição, Merz deu ênfase às relações internacionais da União Europeia e da Alemanha. O jornal alemão Spiegel o chamou, depois da fala ao Parlamento, de “chanceler da política externa” e classificou o discurso como “morno”.
Para o exterior, Merz afirmou que terá um apoio “sem ressalvas” à Ucrânia na guerra contra a Rússia. Ele reforçou a importância do trabalho que classificou como “conjunto” entre europeus e americanos para se chegar a um cessar-fogo no conflito.
Desde a semana passada, quando assumiu o cargo, Merz já visitou França e Polônia, durante as comemorações de oitenta anos da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Ele também esteve em Kiev com os primeiros-ministros da França, Emmanuel Macron, e do Reino Unido, Keir Starmer, para conversas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre uma trégua.
Na ocasião, os aliados da Ucrânia afirmaram que, caso Putin não aceitae um acordo de paz em trinta dias, a Rússia será atingida por novas medidas de punição.
Nesta quarta (14), aos parlamentares, Merz pediu união contra o russo.
“É de suma importância que o Ocidente não permita ser dividido e farei todos os esforços possíveis para continuar alcançando a maior unidade possível entre os nossos parceiros europeus e americanos”, disse.
O chanceler voltou a insistir em um fortalecimento Das Forças Armadas alemãs. Ele afirmou que fazer do Exército da Alemanha o mais forte da Europa é uma meta do novo governo, que irá aumentar os investimentos em defesa.
“No futuro, o governo alemão vai providenciar todos os recursos financeiros que o Bundeswehr (forças armadas alemãs) precisar para se tornar o exército mais poderoso da Europa. Isso é mais do que apropriado para o país mais populoso e economicamente poderoso da Europa”, pontua o chanceler.
Segundo Merz, o objetivo é “fazer a Alemanha e a Europa tão fortes ao ponto de que nunca precisamos usar armas”.
Na política interna, Merz tratou a Alemanha como “um país da imigração” — mas lamentou uma entrada “descontrolada” de estrangeiros no país na última década. Mesmo assim, destacou que não serão tomadas medidas unilaterais nesse sentido.
Uma certa desconfiança pairava sobre Merz nesse aspecto, especialmente depois do político aprovar um endurecimento de leis migratórias com o apoio do partido de extrema direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD), durante as eleições legislativas.
Sobre a economia, o líder alemão disse buscar novos incentivos fiscais para estimular o crescimento — especialmente no setor de infraestrutura.
* com informações da Reuters
Este conteúdo foi originalmente publicado em Merz pede união do Ocidente e fortalecimento da Europa contra Putin no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil