O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, fala em uma coletiva de imprensa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente da Argentina, Javier Milei, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Paraguai, Santiago Peña, na Cúpula do Mercosul em Montevidéu, Uruguai, em 6 de dezembro de 2024. REUTERS/Martin Varela Umpierrez
BRASÍLIA (Reuters) -O Mercosul concluiu as negociações de um acordo de livre comércio com o bloco europeu Efta, formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, afirmaram os dois blocos em declaração conjunta divulgada nesta quarta-feira durante reunião de cúpula do bloco sul-americano que está sendo realizada em Buenos Aires.
O acordo vinha sendo negociado desde 2017 e chegou a ser anunciado em 2019. No entanto, da mesma forma que com as negociações entre Mercosul e União Europeia, os quatro países reverteram suas posições e pediram mais garantias ambientais, em meio ao crescimento exponencial do desmatamento no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.
“O Acordo de Livre Comércio Mercosul-Efta criará uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um PIB combinado de mais de US$4,3 trilhões. Ambas as partes se beneficiarão de melhoras em acesso a mercado para mais de 97% de suas exportações, o que aumentará o comércio bilateral e beneficiará empresas e cidadãos”, afirma a declaração conjunta.
“Diante dos avanços obtidos, o Mercosul e os Estados da Efta compartilham o compromisso de dar os passos necessários para garantir a assinatura do Acordo de Livre Comércio nos próximos meses de 2025.”
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As negociações com o Efta avançaram em paralelo com a UE, e tomaram impulso depois da eleição de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos. Assim como os líderes da UE, os chefes de Estado dos quatro países consideraram o momento uma oportunidade para ampliar mercados em meio às políticas protecionistas do novo governo norte-americano.
O vice-presidente da Suíça, Guy Parmelin, responsável pelas negociações comerciais do Efta, chegou na terça a Buenos Aires para o anúncio do acordo. A assinatura final, no entanto, deve demorar alguns meses, já que o texto precisa ser aprovado pelos Parlamentos de todos os países.
Ao contrário do acordo Mercosul-UE, no entanto, não se espera resistências dos europeus. Enquanto na UE a França, principalmente, e também outros países são contrários ao acordo, os quatro países do Efta são todos favoráveis. “É uma negociação muito mais simples”, disse uma fonte com conhecimento do assunto. A conclusão do acordo havia sido antecipada na véspera à Reuters por fontes com conhecimento do assunto.
O acordo Mercosul-UE foi finalizado e anunciado em dezembro de 2024, durante a cúpula de Montevidéu. No entanto, ainda precisa passar pela aprovação do Parlamento e do Conselho Europeu, o que se espera para o segundo semestre deste ano.
A intenção do governo brasileiro e da UE é que a assinatura aconteça em dezembro, durante a presidência do Brasil no Mercosul.
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Fonte: InfoMoney