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Mercados atentos à resposta do Irã, PMIs nos EUA, discursos do Fed e outros destaques

Mercados atentos à resposta do Irã, PMIs nos EUA, discursos do Fed e outros destaques

O Oriente Médio concentra as atenções dos investidores globais nesta segunda-feira (23), diante da expectativa pelos próximos movimentos do Irã após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no sábado. O Parlamento iraniano aprovou uma proposta para o fechamento do Estreito de Ormuz — via marítima estratégica localizada entre o Irã e Omã, que liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar Arábico. Uma eventual interrupção no tráfego da região teria impacto significativo no fluxo global de petróleo, já que grande parte das exportações da commodity passa por essa rota. No entanto, a medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

Nos Estados Unidos, os principais indicadores econômicos do dia serão divulgados a partir das 10h45, com os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria e dos serviços referentes a junho. Às 11h, saem os dados sobre a venda de moradias usadas em maio, que fornecem informações sobre o mercado imobiliário americano.

Já o Brasil divulga às 8h25 o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central (BC) que reúne projeções de mercado para indicadores econômicos como inflação, Produto Interno Bruto (PIB) e taxa de juros. Esta será a primeira edição após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 15% ao ano, buscando controlar a inflação. O relatório trará atualizações sobre as expectativas para a economia brasileira, em um momento em que investidores e analistas avaliam os efeitos do aperto monetário nas contas públicas e no consumo.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

Às 9h, o presidente Lula receberá o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 10h30, terá reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Às 14h40, encontrará o secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, e às 16h00, receberá o ministro da Educação, Camilo Santana.

Nos EUA, os membros do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, Michelle Bowman, Austan Goolsbee e Adriana Kugler discursam em eventod ao longo do dia.

Brasil

8h25 – Focus

EUA

10h45 – PMI de indústria (junho)

10h45 – PMI de serviços (junho)

11h – Moradias usadas (maio)

INTERNACIONAL

Estreito de Ormuz

O Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, via marítima, localizada entre Irã e Omã, e que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e o Mar Arábico. A interrupção atingirá o comércio regional de petróleo. Para entrar em vigor, a decisão do Parlamento ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e pelo aiatolá Khamenei.

Mudança de regime

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que poderia apoiar a derrubada do governo iraniano através de um processo conhecido na geopolítica como “mudança de regime”. “Não é politicamente correto usar o termo ‘Mudança de Regime’, mas se o atual regime iraniano não consegue fazer o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?”, afirmou, em publicação na rede Truth Social neste domingo, 22.

Congresso americano

A decisão de Trump de atacar o Irã sem consultar o Congresso gerou forte reação. Parlamentares, incluindo republicanos, questionaram a legalidade da ofensiva, citando a Resolução dos Poderes de Guerra. Críticos afirmam que não havia ameaça iminente que justificasse a ação, tornando-a inconstitucional. Deputados como Thomas Massie e Alexandria Ocasio-Cortez defendem que o ato configura motivo para impeachment. No Senado, Tim Kaine quer barrar futuras ações sem aval legislativo. Mesmo aliados, como Steve Bannon, criticaram Trump por romper sua promessa de manter os EUA fora de guerras.

Atos de agressão

O enviado do Irã à ONU, Amir-Saeid Iravani, condenou os ataques dos EUA e de Israel, chamando-os de “atos de agressão” e acusando Netanyahu de arrastar os americanos para uma guerra “infundada”. Iravani afirmou que o Irã decidirá “o momento e a escala” de sua resposta militar. Também rejeitou as negociações nucleares, chamando-as de “farsa” para enganar a comunidade internacional. O Irã pediu ao Conselho de Segurança que aja imediatamente, sob risco de perder sua credibilidade.

Retaliação

O Irã prometeu retaliação e manteve os ataques a Israel após os ataques dos EUA às suas instalações nucleares no fim de semana, alimentando temores de uma guerra mais ampla no Oriente Médio e abalando os mercados globais . A República Islâmica disparou outro míssil contra Israel na segunda-feira, enquanto as forças israelenses continuaram os ataques a instalações militares e aeroportos iranianos.

ECONOMIA

Apreensão com a guerra

Após os ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã, investidores aguardam apreensivos a abertura dos mercados brasileiros hoje, com analistas projetando maior aversão a risco e valorização das ações ligadas ao petróleo.

  • O estrategista de ações da XP, Raphael Figueredo, ressalta que, apesar das tensões, os mercados internacionais devem abrir com relativa tranquilidade, diante das incertezas que ainda cercam o conflito. O petróleo subiu até 4%, mas amenizou para alta em torno de 2%, enquanto os índices futuros americanos caíam entre 0,4% e 0,6%. O presidente Donald Trump afirmou ter “obliterado” instalações nucleares do Irã, em ação que intensifica o conflito no Oriente Médio, região crucial para a produção global de petróleo, já que o Irã é o terceiro maior produtor da OPEP.
  • Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, explicou que a presença direta dos EUA pode levar o Irã a uma resposta mais contundente, o que deve pressionar ainda mais os preços do petróleo.
  • Jorge Leon, da Rystad Energy, afirmou que, mesmo sem retaliação imediata, os mercados já precificam um prêmio de risco geopolítico maior. Até sexta-feira, o petróleo Brent e o WTI acumulavam alta de 11% e 10%, respectivamente, desde o início do conflito.
  • No Brasil, a Petrobras deve monitorar o desdobramento da crise antes de qualquer reajuste nos preços dos combustíveis. Por fim, analistas recomendam cautela aos investidores, com preferência por ativos considerados mais seguros, como dólar, ouro e títulos do Tesouro americano.

INSS

O presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o INSS manteve ativo, por decisão própria, um sistema vulnerável de descontos, mesmo após receber uma solução mais segura em 2024. Segundo ele, as ordens partiram de pessoas hoje investigadas na operação Sem Desconto. O sistema antigo só foi desativado pouco antes da deflagração da operação, que afastou cinco gestores. Assumpção disse que a Dataprev não atuou como auditora e apenas executava demandas do INSS. As falhas permitiram fraudes baseadas no envio de listas sem checagem. Cerca de 170 servidores podiam desbloquear benefícios para viabilizar descontos.

Preferência

Pesquisa Datafolha revelou que 59% dos brasileiros preferem ser autônomos, enquanto 39% optam por emprego formal. Cresceu também de 21% para 31% o percentual dos que priorizam ganhar mais, mesmo sem carteira assinada. A preferência por trabalho próprio é maior entre os jovens e eleitores do PL, enquanto mulheres, mais velhos e pessoas de baixa renda ainda valorizam mais a CLT. Especialistas apontam que a alta dos trabalhos via aplicativo e o mercado aquecido impulsionam essa mudança. A tendência, segundo eles, é aumentar a pressão por redução dos encargos trabalhistas.

POLÍTICA

Sustentabilidade fiscal

As PECs aprovadas no governo Bolsonaro, que ampliaram repasses a estados e municípios, custaram R$ 82 bilhões ao governo Lula em três anos, segundo dados apresentados por Fernando Haddad. O ministro da Fazenda afirma que esses gastos foram contratados sem definição de fonte de financiamento. Apesar de criticar o peso herdado, Haddad também deixará uma conta bilionária com os fundos da reforma tributária, que somarão R$ 158,5 bilhões até 2030. A IFI alerta que a reforma não gera receita suficiente para custear esses fundos no médio prazo. O debate reacende críticas sobre a sustentabilidade fiscal.

Validade

O STF deve discutir a validade da delação de Mauro Cid apenas no julgamento dos réus da trama golpista, no segundo semestre. Ministros avaliam que as mensagens entre Cid e o advogado Luiz Eduardo Kuntz não trazem fatos novos suficientes para anular a colaboração, embora possam impactar seus benefícios. Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara, é acusado de tentar obstruir investigações, usando as conversas como parte de uma “investigação defensiva”. A situação de Cid é considerada frágil no Supremo, especialmente após episódios recentes envolvendo suspeitas de fuga.

Sem indulto

O caso Daniel Silveira será referência para a discussão sobre um possível indulto a Jair Bolsonaro em 2026, que deve ser julgado ainda este ano no STF. Se condenado, um eventual perdão presidencial pode gerar conflito entre os Poderes, mas o Supremo pode usar o precedente de Silveira para rejeitar o indulto. Bolsonaro responde por crimes graves, com pena que pode ultrapassar 40 anos, e sua condenação impactaria seu futuro político. A pressão pelo indulto cresce como alternativa à anistia parada no Congresso, com apoio da direita nas eleições. Especialistas avaliam que o tema deve dominar o debate eleitoral e potencialmente provocar crise institucional.

Reclamação

Líderes partidários da Câmara reclamaram aos ministros Rui Costa e Gleisi Hoffmann sobre suposta interferência do governo federal nas decisões do ministro Flávio Dino, do STF, em ação sobre emendas parlamentares. A reunião ocorreu na residência oficial da Câmara, em Brasília, na segunda-feira (16). Parlamentares afirmam que há um “jogo casado” entre o Executivo e Dino, mas os ministros negaram qualquer interferência, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Desde 2024, as decisões de Dino geram desgaste entre os Poderes. Recentemente, o presidente da Câmara, Hugo Motta, manifestou insatisfação por despacho do ministro. Dino convocou audiência pública para 27 de junho sobre o tema.

Reeleição

Pesquisa Datafolha indica que 57% dos brasileiros apoiam a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, contrariando a proposta de reforma política no Senado que prevê o fim da reeleição. Por outro lado, 41% são contra a continuidade no cargo. Quanto à ampliação dos mandatos de quatro para cinco anos, 59% concordam com a mudança, enquanto 37% rejeitam. O levantamento foi feito com 2.004 pessoas, entre 10 e 11 de junho, em 136 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais. O apoio à reeleição é maior entre jovens, menos escolarizados e eleitores do PT. A proposta de emenda à Constituição (PEC 12/2022) ainda precisa passar por duas votações no Senado e na Câmara.

(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão)

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Fonte: InfoMoney

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