A indústria de fundos no Brasil cresceu bastante nos últimos anos, mas os caminhos de expansão são ainda muitos. Executivos de grandes gestoras discutiram sobre rumos do segmento nessa quarta (7), durante o TAG Summit 2025, realizado pela TAG Investimentos, em São Paulo (SP).
Alexandre Rezende, sócio-fundador da Oceana Investimentos, comentou sobre os ETFs, os fundos de índice, como do Ibovespa, que chegaram recentemente ao país como grande novidade dentro da classe de ativos disponibilizados para o mercado brasileiro.
Para o gestor, os ETFs são atraentes para o investidor pessoa física ou uma instituição que não tem uma estrutura suficiente para conseguir selecionar gestoras de classes de ativos de maneira adequada.
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“Para investidores de menor sofisticação, o ETF é uma solução barata”, diz. Ele lembra que nos Estados Unidos, há um tempos, 75% dos gestores não batiam muitas vezes a valorização de um índice, como o S&P 500. “Então, se tinha o trabalho de escolher o gestor, investir naquele gestor, com um resultado pior do que o índice”, explica.
Mas Rezende explica que no Brasil os ETFs não ganharam muito espaço porque as gestoras tendem a ter uma performance, na média, melhor do que se viu nos Estados Unidos.
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“O motivo é simples: o índice brasileiro foi e continua sendo um proxy muito ruim para o que é a economia brasileira. O índice brasileiro é muito pesado em commodities e bancos”, explica. Com isso, segundo ele, cria-se uma dependência muito grande de alguns poucos setores da economia.
“Não acredito muito o EFT para investidores mais sofisticados, para ser visto como uma alternativa à bolsa”, afirma.
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Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, pelo seu lado, avalia que a indústria de fundos tende a avançar com estratégias que combinam diferentes classes de ativos. “Existe uma tendência de mercado para isso. A gente continua com espaço na gestão ativa, mas agora ganhando cada vez mais terreno para produtos estruturados”, afirma.
Já James Oliveira, sócio-fundador e CIO da Vinland Capital, ressalta que a indústria de fundos é muito nova, em estágios iniciais e ainda formatando produtos. “A indústria, pelo nível de juros, é bastante indexada”, ressalta.
O executivo aponta a importância de a gestora de fundos estar preparada para atender qualquer cenário econômico. “Tem os produtos de renda fixa, mais conservadores de liquidez de curto prazo, e os produtos um pouco mais de risco, sempre se antecipando o que vai acontecer. Para isso, o importante é ter qualidade na análise e na tomada de decisão”, conclui.
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Fonte: InfoMoney