Após 27 horas de votações, o Senado americano aprovou o megaprojeto de lei de Donald Trump, a “Big Beautiful Bill”. O texto, que promete gerar uma dívida trilionária aos Estados Unidos, enfrenta fortes críticas mesmo dentro do Partido Republicano.
Foi apenas por um voto, mas a peça orçamentária de Trump saiu do Senado americano depois de uma série de emendas e mais de mil páginas lidas em voz alta pelos senadores. Quem desempatou a disputa foi o vice-presidente — e também chefe do Senado — JD Vance.
O placar final foi de 51 a 50. Três republicanos votaram contra o megaprojeto, além de todo o Partido Democrata.
Um deles, o senador Rand Paul, afirmou que a única certeza do texto é que o déficit americano só vai crescer, com bilhões de dólares em novos gastos.
O líder da maioria no Senado, John Thune, comemorou o resultado da votação dizendo que o conjunto de medidas trará alívio para os trabalhadores americanos.
Pouco depois da aprovação, o presidente Donald Trump repetiu o discurso de que a medida vai gerar um crescimento econômico e que, junto das tarifas comerciais, vai ajudar a diminuir o déficit e colocar os Estados Unidos em uma nova “Era de Ouro”.
O megaprojeto amplia isenções fiscais feitas por Trump durante o primeiro mandato — tornando algumas delas permanentes. Para compensar parcialmente a redução de impostos, serão realizados cortes no programa social de saúde, o Medicaid, em assistências ligadas à alimentação, entre outros. O custo disso pode ser de US$ 3,3 trilhões de dólares à dívida americana.
Entre as mudanças no Medicaid constava uma penalização a estados que oferecessem coberturas a imigrantes sem documentos e outra que proibia cuidados sobre afirmação de gênero no programa. Ambas foram derrubadas no Senado, em um esforço dos republicanos de garantir o avanço do megaprojeto.
Agora, a peça orçamentária volta à Câmara para ser discutida pelos deputados. Líderes republicanos preveem duas rodadas de votação, mas sem uma previsão de quanto tempo devem durar, já que pedidos de democratas podem atrasar o processo.
O texto vai encontrar resistência na Câmara, mesmo entre governistas. Há parlamentares que não definiram como devem votar, gerando irritação no Partido Republicano. Por isso, Trump e o presidente da Câmara, Mike Johnson, devem iniciar novas rodadas de negociações no Capitólio.
Fonte: CNN Brasil