As ações da Marfrig (MRFG3) recuavam cerca de 6,50%, a R$ 23,44, por volta das 12h (horário de Brasília) desta segunda-feira, após saltarem 21,35% na última sexta-feira impulsionadas pelo anúncio de que a companhia pretende incorporar a BRF (BRFS3). Já os papéis da própria BRF também figuravam entre as maiores quedas do dia, com baixa de 2,84%, negociados a R$ 2,19.
Além da possível incorporação, os investidores seguem atentos à suspensão das importações de carne de frango brasileira por diversos países, após a confirmação de um caso de gripe aviária, em uma granja comercial no estado do Rio Grande do Sul.
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O Bradesco BBI classificou a notícia como negativa para o setor de proteínas no Brasil. A principal incerteza, que deve persistir nos próximos dias, é como cada parceiro comercial reagirá, já que este é o primeiro caso de HPAI registrado em uma granja comercial no país.
Por outro lado, o BBI destaca que o Brasil teve mais de dois anos para desenvolver protocolos regionais desde a detecção inicial da HPAI em seu território, e o surto da Doença de Newcastle no ano passado demonstrou que é possível mitigar os impactos à medida que esses protocolos são aplicados
Além do risco de disseminação da doença para outras granjas comerciais — o que, até o momento, não foi identificado —, a principal preocupação é a duração das proibições nacionais.
Somando os países que já suspenderam as importações de todo o território brasileiro, temos cerca de 20% das exportações nacionais impactadas — um volume relevante.
Por outro lado, o BBI comenta que restrições localizadas, limitadas ao estado do Rio Grande do Sul ou à área diretamente afetada, são bem menos preocupantes. “Embora o estado seja o terceiro maior exportador de aves do país, com 14% do volume em 2024, as empresas podem realocar a produção para outras regiões — como ocorreu no ano passado, quando os impactos do surto de Newcastle foram menores do que o esperado.”
Além disso, a China, principal destino das exportações brasileiras de carne de frango (11% do volume em 2024), já não importa produtos do Rio Grande do Sul desde junho de 2024.
Entre as empresas sob sua cobertura, o BBI aponta que a BRF deve ser a mais impactada, devido à sua forte exposição à produção de aves no Brasil.
Para o BBI, esse episódio reforça a importância estratégica de diversificar investimentos, especialmente em regiões como o Oriente Médio — e até mesmo em outras proteínas, como a carne bovina.
No caso da JBS, a Seara também será afetada, mas o impacto deve ser diluído pela diversificação geográfica e de portfólio da companhia.
Em resumo, o BBI manteve recomendação neutra para a BRF e JBS (JBSS3) como sua principal escolha no setor de proteínas.
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Fonte: InfoMoney
