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Maior montadora do mundo, Toyota enfrenta impacto forte das tarifas de Trump

Maior montadora do mundo, Toyota enfrenta impacto forte das tarifas de Trump

A Toyota é a maior montadora do mundo — e também a maior perdedora da indústria automobilística com a guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Impostos sobre carros e autopeças importados forçaram a General Motors a reduzir sua projeção de lucro anual em até US$ 5 bilhões, enquanto a Ford se prepara para um impacto no ano de US$ 1,5 bilhão.

Ja´a Toyota prevê uma queda de US$ 1,2 bilhão no lucro em apenas dois meses. Embora a montadora japonesa não tenha fornecido uma contagem para todo o ano de 2025, ela projetou uma receita operacional de ¥ 3,8 trilhões (US$ 26,1 bilhões) para o ano fiscal encerrado em março de 2026 — muito abaixo dos ¥ 4,7 trilhões esperados pelos analistas.

Embora a Toyota tenha aumentado a produção local nos EUA para mais da metade das vendas no país, ela ainda depende da importação de peças e modelos de veículos essenciais — cerca de 1,2 milhão de carros por ano.

Trump sabia

A Casa Branca sabia tanto disso que Trump chamou a montadora pelo nome durante seu polêmico discurso no “Dia da Libertação”, em 2 de abril. Ele reclamou do “um milhão de automóveis estrangeiros” vendidos pela empresa nos EUA.

O enorme impacto tarifário reflete a decisão da empresa de manter os preços de tabela nas concessionárias americanas e os volumes de produção, em suas 11 fábricas americanas em meio ao início das negociações comerciais bilaterais entre os EUA e o Japão. Essas negociações começaram em fevereiro e não está claro quando serão concluídas com um acordo.

“Quando se trata de tarifas, os detalhes ainda são incrivelmente fluidos”, disse o CEO da Toyota, Koji Sato, na semana passada, após divulgar os últimos resultados financeiros. “É difícil tomar medidas ou mensurar o impacto.”

Embora a Toyota tenha aumentado a produção local nos EUA para mais da metade das vendas no país, ela ainda depende da importação de peças e modelos de veículos essenciais — cerca de 1,2 milhão de carros por ano.

A maioria dos veículos importados passou a estar sujeita a uma taxa de 25% nos EUA em 3 de abril, enquanto a maioria das peças automotivas passou a estar sujeita a essa taxa a partir de 3 de maio.

Existem algumas ordens executivas que impedem a duplicação das taxas, mas considerando que os EUA são o maior mercado para as cinco maiores montadoras japonesas, mesmo um aumento moderado nas tarifas terá um impacto desproporcional em seus resultados financeiros.

Diferença do Reino Unido

O governo Trump fechou seu primeiro acordo comercial em 8 de maio com o Reino Unido. Mas os EUA tiveram um superávit comercial de US$ 11,9 bilhões com o Reino Unido no ano passado, enquanto registraram um déficit de US$ 68,5 bilhões com o Japão. Isso pode dificultar a obtenção de um acordo sem concessões significativas de uma das partes.

“O obstáculo para o Japão reduzir as tarifas automotivas” sobre as exportações para os EUA é alto, disse Hiroshi Namioka, estrategista-chefe da T&D Asset Management. “Ao mesmo tempo, a indústria automobilística é importante demais para o Japão simplesmente aceitar o que os EUA querem.”

Algumas montadoras japonesas responderam ao novo e difícil ambiente comercial implementando mudanças em suas operações globais de fabricação. A Nissan suspendeu os pedidos para os EUA de SUVs fabricados no México, enquanto a Honda está transferindo a produção da versão híbrida do seu Civic do Japão para os EUA. Devido às tarifas retaliatórias contra os EUA, a Mazda está interrompendo as exportações para o Canadá de um modelo fabricado em uma fábrica no Alabama, uma joint venture com a Toyota.

Mudanças

A Toyota já investiu pesadamente para expandir suas operações nos EUA — incluindo o investimento de US$ 13,9 bilhões em uma nova fábrica de baterias na Carolina do Norte. Mas também permanece comprometida em manter sua extensa base de produção doméstica. O presidente Akio Toyoda prometeu repetidamente continuar fabricando pelo menos três milhões de veículos por ano no Japão. No ano passado, a empresa produziu 3,1 milhões de carros em seu país de origem, cerca de um terço de sua produção mundial.

Globalmente, a Toyota vendeu 10,8 milhões de carros em 2024, com os EUA representando pouco menos de um quarto desse total. Enquanto metade foi fabricada localmente e outros 30% vieram dos vizinhos Canadá e México, cerca de 281.000 veículos foram importados do Japão.

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Fonte: InfoMoney

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