O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, participará nesta terça-feira (29) de uma audiência pública na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre um esquema de fraudes envolvendo descontos irregulares em aposentadorias do INSS.
Lupi prometeu entregar ao colegiado documentos que, segundo ele, comprovariam sua atuação para coibir irregularidades e que refutariam as acusações de omissão tanto de sua parte quanto do governo federal.
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Embora tenha afirmado ao jornal O Globo que sua posição no governo “permanece estável”, Lupi passou a enfrentar pressão desde que investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União apontaram um aumento anormal dos descontos não autorizados em aposentadorias já em junho de 2023 — enquanto a operação que apura o esquema foi deflagrada apenas 10 meses depois.
Documentos oficiais do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido por Lupi, mostram que a primeira menção ao problema em reuniões ocorreu em 12 de junho de 2023. No entanto, a inclusão formal do tema na pauta só aconteceu em 24 de abril de 2024, dias antes da operação da Polícia Federal.
A Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira (23), investiga fraudes em descontos aplicados sem autorização em aposentadorias e pensões, com um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Durante a ação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão, em 13 estados e no Distrito Federal.
Seis servidores ligados ao INSS foram afastados por ordem da Justiça Federal, incluindo o então presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto. A Controladoria-Geral da União também está envolvida nas investigações.
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