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Juros futuros avançam no Brasil após dados robustos de emprego nos EUA

Juros futuros avançam no Brasil após dados robustos de emprego nos EUA

As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira espremida entre o feriado e o fim de semana em alta, acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após dados robustos de emprego nos EUA sugerirem que a economia norte-americana segue forte.

À espera da reunião de política monetária do Banco Central na próxima semana, investidores encerraram a sessão precificando alta de 50 pontos-base da Selic, hoje em 14,25% ao ano.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,71%, ante o ajuste de 14,659% da sessão de quarta-feira, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 13,99%, em alta de 11 pontos-base ante o ajuste de 13,878%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,84%, em alta de 6 pontos-base ante 13,778% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,88%, ante 13,853%.

Principal evento da semana, a divulgação do relatório de empregos payroll sugeriu que a economia dos EUA ainda está longe da recessão. O país abriu 177.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em abril, após 185.000 em dado revisado para baixo em março.

Apesar da desaceleração, o número de abril foi melhor que os 130.000 empregos da mediana projetada entre os economistas consultados pela Reuters, com estimativas variando entre 25.000 e 195.000 vagas. A taxa de desemprego dos EUA se manteve estável em 4,2%.

“O dado forte de lá trouxe sinais de que a economia dos EUA não está desacelerando”, pontuou Lais Costa, analista da Empiricus Research, ao justificar a abertura das curvas de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Por trás do movimento está a percepção de que, com a economia ainda acelerada, há menos espaço para corte de juros pelo Federal Reserve.

Após as 9h30, quando o payroll foi divulgado, tanto as taxas dos Treasuries quanto as dos DIs engataram ganhos — ainda que no Brasil a queda do dólar ante o real segurasse um pouco o movimento. Às 13h25 a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu a máxima de 14%, em alta de 12 pontos-base ante o ajuste de quarta-feira.

Com a sessão desta sexta espremida entre o feriado do Dia do Trabalho e o fim de semana, a liquidez também foi menor. E apesar dos movimentos do dia, o mercado seguiu precificando em diferentes ativos chances majoritárias de elevação de 50 pontos-base da Selic na próxima quarta-feira, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

“Esperamos 50 pontos-base, e o BC não deve decretar claramente o fim do ciclo. Achamos que ele deixará completamente flexível (a perspectiva para a decisão de junho)”, avaliou Costa.

No mercado de opções de Copom da B3, a precificação na quarta-feira — atualização mais recente — era de 62,50% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic na próxima semana (ante 66,00% na véspera), 33,00% de chances de alta de 25 pontos-base (ante 29,25%) e 2,50% de possibilidade de manutenção (igual à véspera).

Para o encontro seguinte, em junho, as apostas caminhavam nas últimas sessões para a manutenção: as opções precificam 54% de chances de manutenção da Selic, 33% de possibilidade de aumento de 25 pontos-base e 10,50% de chances de elevação de 50 pontos-base.

“Nossa expectativa para o próximo Copom é de uma desaceleração do ritmo de alta da Selic para 50 bps, que deverá ser a última desse ciclo, encerrando em 14,75%”, escreveu Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, em análise pré-Copom.

“A mudança do cenário externo desde a última reunião indica um risco maior de desaceleração global e já observamos o impacto nos preços das commodities e no câmbio, com potencial redução de preços dos combustíveis no radar”, justificou.

No exterior, na esteira do payroll, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta firme. Às 16h36, o retorno do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 8 pontos-base, a 4,31%.

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