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Juíza limita tentativa do governo Trump de cortar verba de escolas com diversidade

Juíza limita tentativa do governo Trump de cortar verba de escolas com diversidade

Uma juíza federal em New Hampshire impôs um freio à tentativa do governo Donald Trump de restringir verbas federais de escolas públicas que adotem políticas ligadas à diversidade, equidade e inclusão (DEI). A decisão foi proferida na quinta-feira (25) pela magistrada Landya B. McCafferty, que classificou a medida como juridicamente imprecisa e potencialmente violadora da liberdade de expressão nas salas de aula.

Segundo a juíza, a administração Trump não apresentou uma definição clara do que considera “práticas ilegais de DEI” e extrapolou os limites legais do Executivo ao ameaçar cortar bilhões de dólares em repasses destinados a estudantes de baixa renda. A magistrada também alertou que a suspensão dos recursos afetaria diretamente a operação de diversas instituições educacionais em todo o país.

Medida afeta principais sindicatos educacionais

A decisão se aplica especificamente às escolas que empregam ou contratam membros da Associação Nacional de Educação (NEA) — maior sindicato de professores dos Estados Unidos — e do Centro para o Desenvolvimento de Educadores Negros, duas das entidades que ingressaram com a ação.

Com cerca de 3 milhões de membros, a NEA está presente em praticamente todos os estados e representa um contingente significativo de profissionais da educação. A magistrada não suspendeu a política em nível nacional, mas sua decisão pode ter impacto prático em grande parte dos distritos escolares do país.

Tentativa de aplicar jurisprudência contra ações afirmativas

O governo Trump adotou uma tese jurídica inédita, argumentando que a decisão da Suprema Corte dos EUA em 2023, que proibiu ações afirmativas em admissões universitárias, também se aplicaria ao ensino básico. A justificativa usada foi que programas escolares voltados para grupos raciais específicos, como aconselhamento e apoio acadêmico a meninos negros, configurariam segregação ilegal.

O governo alegou ainda que aulas sobre racismo estrutural ou privilégio branco representariam uma forma de discriminação contra estudantes brancos. No entanto, a juíza considerou essas interpretações como juridicamente frágeis e sem fundamentação suficiente para embasar cortes de financiamento público.

Resistência de estados e possível recurso

Embora alguns estados, como a Carolina do Norte, tenham assinado o termo exigido pela administração Trump, o fizeram com reservas expressas. O superintendente estadual Maurice “Mo” Green, por exemplo, escreveu à secretária de Educação Linda McMahon, afirmando que o estado não concorda com a interpretação do governo e defende decisões baseadas em “mérito e necessidade”.

O governo Trump sinalizou que deverá recorrer da decisão. A medida integra uma agenda mais ampla da nova gestão para revisar programas considerados ideologicamente alinhados à esquerda nas instituições públicas, especialmente na educação e cultura.

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