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JPMorgan vê cenário favorável para shoppings e destaca preferência por Multiplan

JPMorgan vê cenário favorável para shoppings e destaca preferência por Multiplan

De olho no início ciclo de corte de juros no Brasil ainda este ano, o JPMorgan reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os shoppings brasileiros, com preferência relativa por Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11), Allos (ALOS3).

O banco prevê a Selic atingindo o pico de 15,0% em junho, com o primeiro corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) previsto para dezembro, e encerrando 2026 em 10,75%. O movimento deve servir como um vento favorável para o setor, apontam os analistas.

Analistas disseram preferir Multiplan devido a qualidade do portfólio da companhia (com vendas por metro quadrado superiores à média), a boa governança corporativa e sua capacidade de continuar crescendo mesmo em períodos de IGP-M fraco, por meio de outras fontes de receita, como serviços e projetos residenciais (como o Golden Lake).

Além disso, segundo relatório, a Multiplan possui shoppings bem localizados, com ativos premium e dominantes em diversas das principais capitais do Brasil, que funcionam como destinos para os consumidores — o que justifica seu valuation premium em relação aos pares.

O JPMorgan também destaca que a alavancagem mais elevada da Multiplan a torna uma das empresas que mais devem se beneficiar da esperada queda da Selic no próximo ano.

O banco manteve recomendação overweight para Multiplan, com preço-alvo elevado de R$ 31 para R$ 32,00 para dezembro de 2025.

Iguatemi (IGTI11)

O JPMorgan mantém recomendação overweight para Iguatemi (IGTI11), com preço-alvo de R$ 26, apoiada em três principais fundamentos. O primeiro é o valuation atrativo, já que as ações estão sendo negociadas com um spread de aproximadamente 320 pontos-base em relação às taxas reais de 10 anos, acima da média histórica de 10 anos de cerca de 200bps.

O segundo ponto é o potencial de crescimento por meio de fusões e aquisições, impulsionado pela parceria com o fundo BB Asset FII (BBIG11), que levantou quase R$ 1 bilhão (US$ 180 milhões) e já viabilizou a aquisição de uma participação de 16,6% no shopping Rio Sul.

O terceiro fator é a melhora nos resultados operacionais, refletindo a resiliência dos ativos da companhia, especialmente por sua exposição ao público de alta renda, além da virada do Iguatemi 365, que deve passar a contribuir positivamente para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a partir de 2025 — o primeiro ano com impacto positivo desse negócio. Adicionalmente, o projeto residencial Casa Figueira, em Campinas, deve começar a impactar positivamente os resultados no médio prazo.

Allos (ALOS3)

O JPMorgan mantém recomendação overweight para a Allos e preço-alvo de R$ 26, destacando seu valuation mais barato entre os pares do setor, com um spread de aproximadamente 415 pontos-base em relação à taxa real de 10 anos e múltiplo de 8,8 vezes P/FFO ((ucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) projetado para 12 meses. O banco observa que essa avaliação reflete vendas de lojistas inferiores às de concorrentes nos últimos trimestres, devido ao desempenho superior esperado do segmento de alta renda.

Além disso, o JPMorgan destaca o rendimento atrativo estimado em cerca de 10% para 2025, considerando dividendos e programas de recompra de ações.

O banco também valoriza a história bottom-up da companhia, que inclui desinvestimentos em taxas de capitalização atrativas e as sinergias geradas pela fusão com a BR Malls, que trazem potencial de valorização adicional. O JPMorgan ressalta ainda o sucesso dos programas de fidelidade e de shoppings & mídia da Allos, que se beneficiam da grande escala e da diversificação geográfica da empresa.

Setor

O JPMorgan observa que o setor negocia com um spread de 290 pontos-base em relação à taxa real de longo prazo, com desempenho acumulado no ano entre +22% e +28%, frente à alta de 16% do Ibovespa. Esse spread está acima da média histórica de 10 anos e em linha com a média dos últimos 5 anos.

Para o banco, a próxima reunião do Copom, marcada para 18 de junho, deve marcar o último aumento da Selic (+25bps, para 15,0%), o que pode funcionar como um gatilho para a compressão desse spread, considerando que as taxas de longo prazo seguem elevadas no Brasil, em torno de 7,2%, acima da média de 6,0% registrada no ano passado.

Com base em suas projeções de alavancagem para os shoppings brasileiros no final de 2025, o JPMorgan estima que cada redução adicional de 50 pontos-base na Selic — além do já incorporado em seus modelos — representa um impacto positivo de aproximadamente 2% no FFO estimado para 2026.

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Fonte: InfoMoney

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