O governo federal está realizando uma força-tarefa para tentar salvar o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, que ainda está em vigor, enfrenta resistência no Congresso Nacional e corre o risco de ser derrubada.
Após dias de aparente desalinhamento entre o Ministério da Fazenda e a Casa Civil, com informações conflitantes sobre a gestação da medida sendo veiculadas na imprensa, o governo decidiu unificar o discurso.
O ministro Fernando Haddad teve conversas com outros membros do alto escalão do governo para alinhar as estratégias de defesa do decreto.
Articulação com o Congresso e o mercado
Como parte dos esforços, Haddad ficou responsável por dialogar com representantes do mercado financeiro. O ministro já se reuniu com executivos do Bradesco e planeja encontros com outros bancos e corretoras para tentar acalmar os ânimos do setor.
No front legislativo, o governo está em negociações com a cúpula do Congresso. Uma reunião foi realizada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB), que tem sido uma figura central nessa discussão.
Motta chegou a dar um prazo de dez dias para o governo rever a medida, o que é visto por fontes do Palácio do Planalto como uma jogada para a plateia, considerando o clima desfavorável entre os deputados.
O governo aposta que o prazo de dez dias e a realização da cúpula do Parlamento dos Brics na próxima semana possam esfriar o assunto, dando tempo para articulações e possíveis ajustes no decreto.
Alternativas em estudo
Caso o decreto do IOF seja derrubado ou o governo seja forçado a recuar, alternativas para aumentar a receita já estão sendo estudadas. Uma das possibilidades mencionadas é uma mudança no cálculo de cobrança de royalties do petróleo.
A discussão em torno do IOF evidencia o foco do governo em medidas de aumento de receita, enquanto propostas de corte de gastos permanecem em segundo plano.
Essa abordagem tem gerado debates sobre a necessidade de um equilíbrio entre aumento de arrecadação e redução de despesas para alcançar as metas fiscais estabelecidas.
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Fonte: CNN Brasil