José Aldo perdeu no UFC 315, disputado na madrugada deste domingo, em Montréal, no Canadá, e confirmou sua aposentadoria no esporte. Depois de passar por dificuldades para bater o peso para o duelo com o canadense Aiemann Zahabi, o atleta revelou que já vinha “brigando com sua mente” e que já não fazia mais tanta questão da luta.
Mesmo com todos os problemas, o brasileiro de 38 anos entregou um bom desempenho contra um dos mais bem ranqueados em sua divisão. No terceiro round, encaixou um knockdown e uma sequência de golpes dignos de seu auge, mas, no fim, perdeu na decisão unânime dos juízes por 29-28, ganhando um assalto e sendo batido em dois.
Originalmente marcada para o peso-galo, a luta entre Aldo e Zahabi foi realocada para o peso-pena alguns dias antes do UFC 315. Inicialmente um mistério, o motivo da mudança, revelado pelo jornalista Ariel Helwani, foi de que o brasileiro percebeu que não conseguiria bater o limite da divisão. E isso ficou visível na pesagem, em que ele já estava bem desgastado.
Ao final da luta, ainda no octógono, o brasileiro confirmou que estava tendo dificuldades, mas disse que o maior problema era psicológico. “Para mim, a semana foi muito difícil. Não com negócio de peso, mas eu estava brigando com a minha mente para tentar ser campeão novamente”, disse o ex-detentor do cinturão dos penas do Ultimate.
“É hora de parar, eu acho que eu tenho que aproveitar minha família, meus filhos. Eu não quero mais”, continuou Aldo, confirmando a aposentadoria. “Alguma coisa no meu coração me falou que eu não precisava mais bater o peso na hora e eu larguei. Se tivesse luta, ia ter, se não eu não queria lutar mais.”
“Acho que é a última vez que vocês vão me ver aqui dentro, isso aqui não faz mais parte da minha vida agora”, concluiu o brasileiro, que encerra a carreira com 32 vitórias e 10 derrotas em 42 lutas, sendo 23 delas no UFC, em que, até hoje, é o lutador com mais defesas de cinturão nos pesos-pena (7).
Carreira vitoriosa
José Aldo estreou no MMA profissional aos 18 anos, em 2004, vencendo Mario Bigola no Eco Fight Championship e logo engatou uma sequência de vitórias no primeiro round em eventos no Brasil e na Inglaterra. Teve o primeiro baque em 2005, ao perder para Luciano Azevedo, mas depois disso, tornou-se “imparável”.
O brasileiro, então, voltou a ganhar seguidamente e foi contratado pelo World Extreme Cagefighting (WEC), onde conquistou o cinturão dos penas e manteve-se invicto até a organização ser adquirida pela Zuffa, que controla o UFC, em 2006, e incorporado ao Ultimate em 2011. Por lá, derrotou nomes como Urijah Faber, Mike Brown, Cub Swanson e Manny Gamburyan.
A estreia no maior evento do mundo foi contra o canadense Mark Hominick no UFC 129, em que venceu sem dificuldades na decisão unânime. Com o cinturão da divisão em mãos, defendeu-o sete vezes e bateu vários adversários de peso, incluindo Chad Mendes, duas vezes, Frankie Edgar, Kenny Florian e Jung Chan-Sung.
A segunda derrota em sua carreira, e primeira no UFC, viria a acontecer só no final de 2015, quando foi superado por Conor McGregor. O brasileiro recuperou o cinturão sete meses depois, novamente batendo Frankie Edgar, e perdeu para Max Holloway em 2017, na que foi sua última luta como detentor do título.
Desde então, ele nunca mais encaixou a mesma sequência de vitórias, mas seguiu entregando combates empolgantes e enfrentando os melhores da organização. Em 2019, estreou nos pesos-galo, categoria em que se manteve até sua aposentadoria.
O fim da carreira de Aldo já havia sido especulado após o revés para Merab Dvalishvili, em 2022, ano em que ele também teve seu primeiro filho, mas ele retornou em 2024 com uma vitória sobre Jonathan Martinez. Nas duas lutas seguintes, derrotas para Mario Bautista e a mais recente para Aiemann Zahabi, em que anunciou a retirada dos octógonos.
Confira os resultados do UFC 315 na madrugada deste domingo:
Card principal
Jack Della Maddalena venceu Belal Muhammad por decisão unânime (48-47, 48-47 e 49-46) – peso meio-médio, disputa de cinturão
Valentina Shevchenko venceu Manon Fiorot por decisão unânime (48-47, 48-47 e 48-47) – peso-mosca feminino, disputa de cinturão
Aiemann Zahabi venceu José Aldo por decisão unânime (29-28, 29-28 e 29-8) – peso-galo
Natália Silva venceu Alexa Grasso por decisão unânime (30-27, 30-27 e 30-27) – peso-mosca feminino
Benoît Saint Denis venceu Kyle Prepolec por finalização – peso leve
Card preliminar
Mike Malott venceu Charles Radtke por nocaute – peso meio-médio
Jasmine Jasudavicius venceu Jéssica Andrade por finalização – peso-mosca feminino
Modestas Bukauskas venceu Ion Cutelaba por decisão dividida (27-30, 30-27 e 29-28) – peso meio-pesado
Navajo Stirling venceu Ivan Erslan por decisão unânime (29-28, 29-28 e 29-27) – peso meio-pesado
Marc-André Barriault venceu Bruno Silva por nocaute – peso combinado (84,8 kg)
Daniel Santos venceu Lee Jeong-yeong por decisão unânime (30-27, 30-27 e 30-27) – peso-pena
Bekzat Almakhan venceu Brad Katona por nocaute – peso-galo
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Fonte: InfoMoney