Israel iniciou uma nova fase de sua campanha militar contra o Hamas com a ofensiva “Carros de Gideão”, que mobiliza milhares de soldados para tomar áreas estratégicas da Faixa de Gaza. A operação ocorre em meio a críticas internacionais crescentes e à deterioração das condições humanitárias no território.
Segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, mais de 150 pessoas morreram e 459 ficaram feridas nas últimas 24 horas. Desde o início do conflito, mais de 53 mil palestinos foram mortos, a maioria mulheres e crianças.
A ofensiva israelense, lançada após o fim de um cessar-fogo em março, busca libertar os 58 reféns ainda mantidos pelo Hamas e enfraquecer a capacidade militar do grupo. O Exército israelense afirmou que realizou “ataques extensivos” e avançou para “conquistar” áreas da região, com mais de 150 alvos atingidos em 24 horas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a situação como “além do desumano”. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que “a política de cerco e fome zomba do direito internacional” e pediu o fim imediato do bloqueio à ajuda humanitária.
Desde março, Israel mantém um bloqueio total sobre Gaza, impedindo a entrada de alimentos e suprimentos médicos. Cerca de 436 mil pessoas foram deslocadas à força nesse período, segundo a agência da ONU para refugiados palestinos. A escassez fez disparar os preços de alimentos e transporte, agravando a crise humanitária.

Na sexta-feira (16), explosões intensas nos arredores do Hospital Indonésio, no norte de Gaza, interromperam o funcionamento de ventiladores, segundo o diretor da unidade, Dr. Munir Al-Sultan. Relatos de moradores indicam fuga em massa com aumento expressivo nos custos para deslocamento ao sul do território.
O presidente dos EUA, Donald Trump, encerrou sua visita ao Oriente Médio sem acordo de cessar-fogo e defendeu a criação de uma “zona de liberdade” em Gaza sob controle americano. Apesar disso, evitou visitar Israel e afirmou que “muitas pessoas estão passando fome” na região.

Uma fundação humanitária apoiada pelos EUA e Israel tenta estabelecer novo mecanismo de distribuição de ajuda, mas ainda não há previsão de entrada de caminhões com alimentos. Enquanto isso, a ONU alerta que um em cada cinco habitantes de Gaza enfrenta fome severa, com toda a população em risco elevado de inanição.
O conflito teve início após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e resultou no sequestro de 251 pessoas. Desde então, a guerra segue com sucessivas ofensivas israelenses, crescimento das tensões diplomáticas e agravamento da crise humanitária.
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Fonte: InfoMoney