Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos para Gaza que, segundo autoridades israelenses familiarizadas com o assunto, prevê uma pausa de 60 dias nos combates e a retomada da distribuição de ajuda humanitária liderada pelas Nações Unidas no território palestino.
Ainda assim, não há sinais de que o fim da guerra de quase 20 meses entre Israel e Hamas esteja próximo. Embora o Hamas não tenha respondido oficialmente, criticou a proposta na noite de quinta-feira, classificando-a como unilateral.
A Casa Branca afirmou que Israel aprovou a proposta antes de ela ser apresentada ao Hamas, mas não divulgou os detalhes do plano. Dois funcionários israelenses confirmaram essa decisão.

De acordo com essas fontes, que pediram anonimato, outros termos do cessar-fogo proposto pelo enviado especial de Trump, Steve Witkoff, incluem a libertação de 10 reféns vivos por parte do Hamas e a devolução dos restos mortais de 18 pessoas que morreram em cativeiro.
Israel retomou parte das entregas de ajuda humanitária a Gaza após um bloqueio de 11 semanas, tentando excluir o Hamas do processo. A volta da distribuição sob liderança da ONU representaria a reversão de uma decisão anterior do governo israelense de marginalizar a organização.
As operações de uma nova ONG chamada Gaza Humanitarian Foundation (GHF) têm enfrentado dificuldades, incluindo cenas caóticas como multidões de palestinos invadindo um centro de distribuição de ajuda na terça-feira. A GHF começou a distribuir quantidades limitadas de suprimentos esta semana e afirma que está aumentando o volume de entregas.
O plano dos EUA também inclui negociações durante a trégua visando um fim permanente das hostilidades, que começaram em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 250.
Desde então, mais de 54 mil pessoas morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.
O Hamas é classificado como organização terrorista pelos EUA, União Europeia e diversos outros países.
É improvável que a proposta atenda às exigências finais de qualquer um dos lados. O Hamas, que defende a destruição de Israel, exige a retirada total das forças israelenses de Gaza. Já o governo israelense quer que o grupo se desarme e se dissolva.
Bassem Naim, integrante da liderança do Hamas, afirmou em uma publicação no Facebook na quinta-feira que o novo plano é, essencialmente, uma proposta israelense que perpetua a ocupação de Gaza.
Ainda assim, os ativos financeiros de Israel subiram nesta semana, sugerindo que alguns investidores acreditam que um cessar-fogo está mais próximo. O shekel valorizou 2,3% frente ao dólar, uma das melhores performances globais. Além disso, os swaps de crédito do país — indicador de risco soberano — caíram desde a última sexta-feira.
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Fonte: InfoMoney