O Irã planeja suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela fiscalização da energia nuclear, após sofrer ataques dos Estados Unidos. A proposta de suspensão partiu do Parlamento iraniano e foi divulgada pelo seu presidente, o deputado Mohammad Bagher Ghalibaf.
Em sua conta na rede social X, Ghalibaf afirmou que a AIEA, responsável por monitorar os níveis de enriquecimento de urânio, carece de objetividade e profissionalismo. Segundo ele, os deputados trabalham para aprovar um projeto que suspenderia a cooperação das autoridades iranianas com a agência.
No início deste mês, a AIEA censurou Teerã pela primeira vez em 20 anos devido à falta de cooperação em relação às atividades nucleares. A agência também avaliou que o Irã possui estoques oficiais suficientes para fabricar várias bombas atômicas.
A iniciativa de suspender a cooperação é mais uma ação do Parlamento iraniano, que também ameaçou neste domingo fechar o Estreito de Ormuz — por onde passa 20% do petróleo mundial — em retaliação aos ataques dos EUA no sábado. A proposta foi aprovada pelos deputados e encaminhada ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que tem a palavra final. O fechamento também depende da aprovação do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Teerã retaliou os ataques nesta segunda-feira com uma ofensiva contra a Base Aérea de Al-Udeid, no Catar, que abriga o Comando Central dos EUA no Oriente Médio. A base é a maior e mais estratégica dos EUA na região.
O Irã coordenou os ataques à base aérea americana no Catar com autoridades catarianas e avisou com antecedência sobre os ataques para minimizar baixas, segundo três autoridades iranianas familiarizadas com os planos. A base estava em alerta para ataques há dias, desde o início do confronto entre Israel e Irã.
O Catar informou que suas defesas aéreas interceptaram com sucesso os mísseis iranianos. Segundo o governo catariano, a situação no país é estável e não houve maiores danos.
Além disso, o Catar anunciou a suspensão temporária do tráfego em seu espaço aéreo “para garantir a segurança dos cidadãos, residentes e visitantes”. Os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein adotaram medida semelhante. Os dois países são hubs de aviação para rotas entre Europa e Ásia.
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Fonte: InfoMoney