A infraestrutura brasileira evoluiu muito nos últimos anos. Na base de tudo está o agronegócio e a segurança jurídica. Os investimentos privados no setor só no último ano chegaram a quase R$ 260 bilhões, batendo o recorde. E tudo isso para atender a demanda agrícola, segundo informações dadas pelo presidente da CS Infra, Fernando Quintas, durante participação no painel Novas Rotas e Infraestrutura, na tarde de quinta-feira (05) no Global Agribusiness Festival (GAFFFF), que acontece nos dias 5 e 6 junho, no estádio do Allianz Parque, em São Paulo.
De acordo com o executivo, do total investido 78% vêm do capital privado. “Isso só acontece graças a evolução das garantias jurídicas estabelecidas pelos marcos legais, que deram a segurança que faltava para o investidor colocar seu capital com riscos menores”, afirmou o executivo.
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O presidente do CS Infra diz que estudos de viabilidade técnica dos projetos, acompanhados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e TCMs (Tribunais de Contas dos Municípios) também ajudaram a mitigar os riscos, evitando penalidades.
Além das garantias jurídicas, a evolução dos projetos com Parcerias Público Privadas (PPPs) deram o empurrão final para fazer os projetos de longo prazo deslancharem. “Segurança jurídica e as parcerias trouxeram a confiança que os investidores precisavam e isso tende a crescer nos próximos anos”, afirma Quintas, citando que a previsão é de que os investimentos cheguem a R$ 450 bilhões até 2030.
Os novos aportes devem atender não apenas o Sul e Sudeste, mas também o Norte e o Nordeste, com a ampliação da malha ferroviária e rodoviária. “Exatamente as regiões promissoras, onde as PPPs fazem todo o sentido, porque se pode desenhar projetos em locais sem tanta demanda inicial, estabelecendo uma receita complementar feita com pagamentos governamentais”, explica o presidente da CS Infra, empresa que administra portos, rodovias e faz parte do grupo Simpar (SIMH3), que fatura R$ 8,89 bilhões por ano com seus negócios, que incluem ainda empresas como Movida (MOVI3), JSL (JSLG3) Vamos (VAMO3) e a Automob (AMOB3).
O gerente geral comercial da VLI Logística, Gabriel Fonseca, moderador do painel sobre infraestrutura, acrescentou ainda que a distribuição é um ponto tão fundamental para o agronegócio justamente por representar cerca de 30% do custo do setor. “O agrobusiness anda de mão dadas com a logística”, disse.
Maior porto do hemisfério Sul
Os dados do Porto de Santos dão a exata dimensão dessa interdependência da infraestrutura com o agronegócio. São 58 terminais nos 16 quilômetros de cais acostável, que fazem dele o maior porto do hemisfério Sul, segundo o presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini. “Em 2024, passaram por nossa estrutura um volume recorde de 179,8 milhões de toneladas de carga, a maior parte ligada ao agronegócio”, afirma o executivo, que também participou do painel.
Segundo Pomini, a projeção para 2030 é que o Porto de Santos chegue a movimentar até 300 milhões de toneladas, o que exigirá novos investimentos bilionários. Para tirar esse plano do papel, já está previsto o aporte de R$ 1,1 bilhão só para construir e melhorar as vias internas do porto, além de mais R$ 6 bilhões em parceria com o governo federal para ampliações do cais. “No dia 1º de setembro estaremos na bolsa para o leilão da PPP para o Porto de Santos e ainda há muitos investimentos que precisarão ser feitos pelo Estado para a ampliação da Imigrantes”, afirma.
O painel sobre as novas rotas da infraestrutura fez parte do maior festival de cultura agro do mundo, que espera reunir 20 mil participantes nos dois dias do evento. Considerado um ponto de encontro para debate das tendências, inovações e desafios do agronegócio, o encontro conta com uma programação formada por 35 painéis e 100 palestrantes distribuídos em três palcos simultâneos. Quase 200 empresas do setor devem estar presentes. Além do conteúdo das palestras, o evento conta com uma feira de negócios, degustação e aulas de gastronomia e shows, com artistas como a dupla Fernando & Sorocaba.
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Fonte: InfoMoney
