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Investidores correm para ações americanas após trégua entre China e EUA

O alívio nas tensões entre Estados Unidos e China provocou uma onda de negociações nas bolsas globais nesta segunda-feira, 12. Um acordo provisório entre as duas potências — com redução de tarifas e um prazo de 90 dias para negociações — foi o gatilho para uma disparada nas ações americanas e um movimento claro de priorização de ativos dos EUA.

Os índices futuros apontam para um forte rali em Nova York: o S&P 500 negocia em alta de quase 4%, superando o patamar de 2 de abril, enquanto o Nasdaq 100 caminha para retomar uma tendência de alta. Antes da abertura do mercado, papéis de gigantes como Nvidia, Tesla e Apple subiam mais de 5%.

Com o novo cenário, investidores deixaram de lado ativos mais seguros, como ouro, iene e franco suíço, enquanto o dólar registra sua maior valorização em um mês. Já o euro teve queda de 1,5%, negociado a US$ 1,1084 — a pior performance diária da moeda europeia neste ano.

A trégua também mudou a leitura sobre os juros americanos. Os mercados reduziram suas apostas em cortes mais agressivos pelos bancos centrais. Nos EUA, os contratos futuros agora apontam para um corte de 0,25 ponto percentual em setembro, de acordo com a Bloomberg. Na semana passada, indicavam um corte já em julho.

No entanto, a falta de detalhes sobre os próximos passos e o prazo apertado deixam margem para novas tensões. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, indicou que há possibilidade de prorrogar a trégua, mas o futuro ainda é incerto.

Cenário de instabilidade

A trégua acontece após diversas empresas, como UPS, Ford e Mattel, retirarem suas projeções devido à instabilidade causada pelas tarifas.

Segundo dados da Bloomberg Intelligence, as companhias do S&P 500 geraram, em média, 6,1% de sua receita em 2024 com vendas diretas para a China ou para empresas chinesas. Mesmo com a recuperação parcial — o índice já devolveu metade das perdas de quase 19% desde o pico de fevereiro —, analistas alertam que os impactos da instabilidade econômica e política nos EUA ainda serão sentidos.

A recuperação parcial dos mercados virou uma prova de fogo para os investidores que ficaram de fora da alta. “O desconforto agora é entrar caro — mas o risco de ficar de fora é ainda maior”, disse David Kruk, head de trading da gestora francesa La Financière de l’Echiquier, em entrevista à Bloomberg.

Fonte: Exame

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