Com o anúncio de que deixará o comando da Berkshire Hathaway ainda este ano, Warren Buffett recebeu homenagens de líderes dos setores de tecnologia e financeiro, que atribuíram parte de seu sucesso às lições do investidor bilionário.
Buffett transformou uma empresa têxtil em dificuldades na holding mais valiosa do mundo entre as que não atuam em tecnologia ou petróleo estatal, entregando um retorno superior a 5.500.000% nas ações da Berkshire desde 1964. Ao longo do caminho, tornou-se uma figura reconhecida por sua sabedoria simples e frases de efeito.
O investidor inspirou gerações e consolidou práticas que ainda moldam o mercado financeiro: investir com coragem em tempos de medo, paciência para colher frutos no longo prazo e uso do setor de seguros como fonte estável de capital.
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Cook, Moynihan e Dimon estão entre os que afirmaram ter aprendido diretamente com Buffett.
“Jamais houve alguém como Warren”, escreveu Cook nas redes sociais, após o anúncio surpresa da saída de Buffett. “Inúmeras pessoas, incluindo eu, foram inspiradas por sua sabedoria.”
A Berkshire ampliou sua presença em diversos setores, operando cerca de 180 empresas com receita anual próxima de US$ 400 bilhões. O portfólio inclui ferrovias, distribuidoras de energia, postos de gasolina, concessionárias de veículos, construtoras, fabricantes de produtos químicos e corretoras imobiliárias. Também controla marcas conhecidas como Geico, Dairy Queen, Fruit of the Loom, Duracell, Helzberg Diamonds e See’s Candies.
Buffett é mais conhecido por sua habilidade em escolher ações. Um grupo reduzido de papéis — Apple, American Express, Coca-Cola, Bank of America e Chevron — responde por cerca de 70% da carteira de US$ 263 bilhões da empresa. Como ele próprio disse, “um negócio extraordinário pode compensar muitas decisões medianas”.
A Berkshire também acumulou um volume recorde de caixa: US$ 347,7 bilhões ao fim do primeiro trimestre, superando o total dos fundos patrimoniais das universidades da Ivy League. A empresa detém cerca de 5% dos títulos do Tesouro americano em circulação e, no ano passado, pagou quase US$ 27 bilhões em impostos, valor que Buffett classificou como o maior já pago por uma companhia nos EUA.
Nos últimos tempos, Buffett aguardava uma grande oportunidade para alocar esse capital — decisão que ficará a cargo de Greg Abel, seu sucessor escolhido pessoalmente.
Apesar da confiança demonstrada por executivos como Cook, a missão de Abel será desafiadora.
“Warren Buffett representa tudo o que há de bom no capitalismo americano e na própria América — investir no crescimento do país e de suas empresas com integridade, otimismo e bom senso”, disse Dimon. “Aprendo com ele até hoje e me orgulho em chamá-lo de amigo.”
“As lições de vida que ele transmite são tão valiosas quanto sua visão de negócios”, afirmou Moynihan. “Aprendi muito com ele e espero continuar aprendendo.”
A seguir, os números que resumem o legado de Buffett, ao lado de seu sócio de longa data, o falecido Charlie Munger:
5.502.284%
Retorno acumulado entre 1964 e 2024 no valor de mercado por ação da Berkshire Hathaway. No mesmo período, o S&P 500, com dividendos, teve alta de 39.054%. Isso equivale a um retorno anualizado de quase 20%, quase o dobro do índice.
US$ 1,2 trilhão
Valor de mercado atual da Berkshire, oitava maior do mundo entre empresas de capital aberto.
392.396
Número de empregados nas empresas controladas pela Berkshire no fim de 2024.
US$ 167 bilhões
Valor das ações Classe A de Buffett na Berkshire Hathaway.
1
Número de vezes que a Berkshire pagou dividendos entre 1965 e 2024. Segundo Buffett, o pagamento feito em 1967 “parece um pesadelo”.
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Fonte: InfoMoney
