O Ibovespa acumula alta superior a 12% em 2025 e avança 3,8% apenas em abril, impulsionado por uma sequência de cinco pregões consecutivos de alta. Nesta segunda-feira (28), o índice sobe 0,4%, por volta das 11h, indo aos 135.282 pontos.
A força do índice tem sido puxada principalmente pelo desempenho sólido de setores como bancos, varejo e educação, enquanto pesos pesados como Petrobras e Vale têm limitado ganhos mais robustos do índice.
Para trazer em detalhes o que puxa o Ibovespa em 2025, o analista técnico da XP, Gilberto Coelho, traçou para o InfoMoney o perfil das ações e setores que estão tendo peso positivo e negativo para o índice.
Ibovespa rompe resistência e mira novo recorde histórico
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (25) acima da resistência dos 133.900 pontos, reforçando o viés de alta, e se aproximando da renovação de sua máxima histórica. Segundo Gilberto Coelho, analista técnico da XP, o índice agora tem potencial para buscar os 137.500 pontos, com projeção de Fibonacci apontando para um alvo ainda mais ambicioso em 140.750 pontos.
“A tendência é de continuidade da alta, desde que o Ibovespa consiga se manter acima dos 133.750 pontos“, afirmou Coelho. De acordo com ele, a perda desse suporte poderia abrir espaço para uma correção, levando o índice a testar níveis mais baixos, em 129.800 ou até 127.000 pontos.
O analista destaca que o Índice de Força Relativa (IFR) segue em trajetória de alta, reforçando a força compradora, mesmo estando em zona de sobrecompra. Outro ponto positivo é o aumento de volume nas últimas sessões, o que dá sustentação ao movimento ascendente.
Com cinco pregões consecutivos de alta e ganhos de 3,44% apenas em abril (até dia 25), o cenário técnico do Ibovespa permanece construtivo para novas máximas, apesar da necessidade de atenção aos pontos de suporte caso ocorra qualquer sinal de realização.
Small Caps seguem mais fortes que o Ibovespa
O SMAL11, ETF que reúne ações de small caps, tem mostrado desempenho ainda mais forte que o do Ibovespa na recente movimentação de alta. De acordo com Coelho, o gráfico do índice está “mais esticado”, sinalizando fôlego maior que o Ibovespa nesta alta recente.
“O SMAL11 pode buscar as projeções nos 106,70 e posteriormente em 120,55“, afirma Coelho. No entanto, ele ressalta que a tendência de alta perderia força caso o ativo rompa para baixo as médias móveis de 21 e 200 dias, atualmente posicionadas em 95,60.
A estrutura técnica reforça o apetite do mercado por papéis de menor capitalização, em um cenário de maior busca por ativos considerados descontados e com potencial de recuperação. Ainda assim, o analista alerta para a necessidade de monitorar os níveis de suporte.
Petrobras segue em tendência de baixa
Enquanto o Ibovespa renova máximas no ano, PETR4 anda na direção contrária. Para Coelho, as ações da Petrobras seguem em tendência de baixa, pressionadas pela configuração gráfica negativa.
“PETR4 está abaixo das médias móveis de 21 e 200 dias, depois de ter formado topo em R$37,75 e agora busca suporte em R$30,00“, explica Coelho. A fraqueza do papel, que é uma das principais blue chips da bolsa, tem impedido uma performance ainda melhor do índice.
Para reverter o cenário negativo, seria necessário não apenas segurar o suporte atual, mas também retomar as médias de curto e longo prazo, o que ainda está distante. Por enquanto, a pressão vendedora domina o ativo, justificando sua atuação como um dos freios na trajetória de alta do Ibovespa.
VALE esboça recuperação, mas ainda encontra resistências importantes
Apesar de uma recuperação recente a partir do fundo em R$49,00, VALE3 ainda enfrenta dificuldades para retomar uma tendência de alta mais consistente. Para Coelho, a ação segue pressionada e distante das principais resistências.
“VALE3 precisa romper a resistência deixada em R$58,30 ou o topo anterior em R$62,35 para ganhar força e contribuir de forma mais efetiva para a alta do Ibovespa”, comenta Coelho. Por enquanto, a gigante da mineração permanece como um dos fatores que limitam a performance do principal índice da bolsa.
Enquanto essas barreiras técnicas não forem superadas, o comportamento do papel deve continuar volátil e sujeito a movimentos de consolidação. A retomada da força compradora em VALE3 é vista como um fator-chave para a continuidade de alta do Ibovespa no médio prazo.
Itaú Unibanco renova máximas históricas e impulsiona o Ibovespa
Diferente de outros pesos pesados da bolsa, ITUB4 vem mostrando força em 2025 e tem sido um dos principais motores da alta do Ibovespa. Segundo Gilberto Coelho, os papéis do Itaú Unibanco renovaram suas máximas históricas, em movimento consistente de valorização.
“Os bancos estão muito fortes este ano, com ITUB4 renovando máximas históricas e ajudando bastante na melhora do Ibovespa”, afirmou Coelho. O desempenho sólido do setor financeiro tem sido fundamental para compensar a fraqueza de ações como Petrobras e Vale, trazendo equilíbrio ao principal índice da bolsa.
Enquanto as ações de ITUB4 mantiverem essa estrutura técnica positiva, o suporte ao Ibovespa continuará firme. O papel confirma a liderança dos bancos no atual ciclo de alta do mercado, impulsionando o apetite dos investidores por grandes instituições financeiras.
Ações de varejo, educação e construção lideram altas em 2025
O movimento de recuperação do mercado acionário brasileiro em 2025 tem sido liderado por setores como varejo, educação e construção civil. De acordo com Coelho, várias ações desses segmentos acumulam ganhos expressivos no ano.
“COGN3 é o grande destaque, com alta de 129,3%“, aponta Coelho. Outros papéis que também se valorizam acima de 50% são PCAR3, CVCB3, ASAI3, YDUQ3, MGLU3, CRFB3, BEEF3 e CYRE3.
O apetite dos investidores por setores mais ligados ao consumo interno, impulsionado pela expectativa de juros mais baixos e maior crescimento econômico, tem sustentado esse movimento de forte recuperação nos preços.
Setor aéreo e petróleo puxam as maiores quedas no ano
Do lado negativo, Coelho destaca que AZUL4 lidera as perdas em 2025, com desvalorização de impressionantes 80% no ano. O setor de derivados de petróleo também aparece entre os destaques de queda, em meio a um cenário mais desafiador para o segmento.
“Além de AZUL4, as maiores quedas incluem BRKM5, BRAV3, CSAN3 e RAIZ4, todas com perdas na faixa de 40%“, afirma Coelho. As dificuldades específicas de setores como aviação e óleo e gás, combinadas a fatores macroeconômicos, têm pressionado as ações negativamente.
Klabin forma sinal de reversão e abre oportunidade de compra
Entre as oportunidades que surgiram recentemente no mercado, KLBN11 se destaca com a formação de um sinal técnico de reversão para alta. Segundo Coelho, a ação rompeu um canal de baixa e superou a média móvel de 21 dias, movimento que ganha força com o aumento do volume negociado.
“KLBN11 teve uma formação de reversão para alta, saindo de um canal de baixa e rompendo a média de 21 dias com bom volume negociado”, explicou Coelho. Esse comportamento técnico sugere que o ativo pode iniciar uma nova tendência de alta, atraindo atenção de investidores em busca de oportunidades de compra.
Coelho reforça que a estrutura gráfica favorável, combinada ao fortalecimento do volume, é um indício clássico de mudança no padrão de tendência. O papel entra no radar para quem busca operações de compra.
Guias de análise técnica:
- O que são pontos de suporte e resistência?
- O que são médias móveis e como usá-las para estratégia de Trade
- Bandas de Bollinger: como usar e interpretar?
- IFR: O que é o índice de força relativa?
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o infomoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.
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