A valorização das commodities é insuficiente para evitar queda do Ibovespa nos primeiros minutos do início do pregão desta quarta-feira, 21, de agenda escassa. O recuo dos índices acionários norte-americanos e a cautela com o fiscal nos Estados Unidos e no Brasil estimulam uma realização de lucros do principal indicador da B3.
Às 11h15, o Ibovespa cedia 0,93%, na mínima aos 138.811,72 pontos, ante máxima de abertura aos 140.108,61 pontos, com variação zero.
Ontem, o Índice Bovespa renovou máxima histórica ao longo da sessão (140.243,86 pontos) e fechou primeira vez nesta marca acima de 140 mil. Encerrou com alta de 0,34%, aos 140.109,63 pontos, após o Morgan Stanley elevar a recomendação para ações brasileiras. O banco estima que o Ibovespa poderá ir aos 189 mil pontos até meados de 2026.
As expectativas de especialistas é de continuidade de ingresso de fluxo de capital estrangeiro, diante de fatores como lucros melhores de algumas empresas no primeiro trimestre e perspectivas de queda da taxa Selic lá na frente.
Conforme Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, o recuo do Ibovespa nesta manhã é visto sem preocupações, após o recente ganho. Em maio, acumula valorização de quase 3,00%. “Está perdendo um pouco fluxo ante os últimos pregões. É natural”, diz.
Quanto ao quadro fiscal dos EUA, o presidente Donald Trump tem defendido um projeto de lei que pode ampliar o déficit orçamentário e aumentar as pressões sobre a dívida pública do país. Há relatos de que o projeto de lei orçamentária proposto pelo governo Trump poderá ser votado no plenário da Casa ainda nesta quarta-feira.
As bolsas em Nova York caem, enquanto os rendimentos dos Treasuries avançam, numa indicação de que investidores exigem prêmios maiores para financiar a dívida americana, o que pode agravar ainda mais o quadro fiscal. “O desafio fiscal nos Estados Unidos é muito grande e preocupante”, afirma Caldeira, da One.
Apesar da elevação em torno de 0,40% do petróleo nesta manhã, as ações da Petrobras operam no zero a zero e Vale (VALE3) recua 0,67%, contrariando a alta de 0,76% do minério de ferro no fechamento hoje em Dalian, na China.
Após o aval do Ibama, a Petrobras (PETR3;PETR4) espera estar pronta para iniciar o teste do primeiro poço para exploração de petróleo em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas já em junho. Apesar de alguns avaliaram a notícia como positiva, os acionistas ainda não refletiram a boa notícia para a empresa ou talvez estejam olhando com cautela a situação, pontua Vitor Agnello, analista educacional da CM Capital.
Agnello entende que a Petrobras se encontra em um ótimo momento para se posicionar no longo prazo pois veio de uma forte queda causada com o receio de recessão global depois da briga taxativas entre EUA e China. Essa disputa, lembra em análise, fez o petróleo Brent recuar de US$ 74 o barril aproximadamente e bater mínimas próximas a US$ 60. “Com isso o ativo sofreu bastante, mas também se encontrando bem descontada”, avalia.
Os investidores ainda monitoram possíveis novos efeitos da gripe aviária, no setor de proteínas na B3, diante do aumento de países que estão embargando importações de carne de frango do Brasil: agora são 21.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) para discutir os pontos ainda em aberto do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas que será divulgado amanhã.
Também há expectativa sobre possíveis anúncios de novas medidas sociais, como do Vale Gás, e um ressarcimento antecipado a aposentados lesados por fraudes no INSS.
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Fonte: InfoMoney