Os rebeldes houthis do Iêmen anunciaram nesta segunda-feira, 5, que irão “impor um bloqueio aéreo global” a Israel por meio de ataques contra seus aeroportos, particularmente “o de Lod, chamado de Ben Gurion pelos israelenses”, e pediram que as companhias aéreas internacionais cancelem seus voos para esse destino “para preservar a segurança de seus aviões e de seus clientes”.
“Aconselhamos todas as companhias aéreas internacionais a levarem em conta este comunicado desde o momento em que for publicado, cancelando todos os voos para os aeroportos do inimigo criminoso para preservar a segurança de seus aviões e de seus clientes”, disse o porta-voz militar houthi, Yahya Sarea.
No comunicado, Sarea destacou que a ação dos houthis é uma resposta à decisão do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de expandir “operações hostis” na Faixa de Gaza, bem como aos “ataques do inimigo israelense contra países árabes, como o Líbano”.
“Esta nação não temerá o confronto e rechaçará a submissão e a servidão”, acrescentou.
A ameaça de Sarea ocorre em meio aos bombardeios contínuos dos Estados Unidos contra insurgentes iemenitas, bem como ao lançamento quase diário de drones e mísseis balísticos houthis contra Israel, um dos quais caiu perto do Aeroporto Ben Gurion no domingo, causando ferimentos leves em várias pessoas.
Mísseis e drones houthis são frequentemente interceptados pelo Exército israelense, e o de segunda-feira foi o primeiro a atingir a área do aeroporto desde que rebeldes iemenitas começaram a atacar Israel e navios israelenses no Mar Vermelho no final de 2023, em retaliação à guerra em Gaza.
Após o ataque houthi, pelo menos seis companhias aéreas internacionais anunciaram que suspenderam voos para Israel por 48 horas, incluindo a companhia aérea de baixo custo Wizz Air, mas também a Lufthansa, a Air France e a Air Europa, de acordo com várias declarações das empresas.
O primeiro-ministro israelense culpou o Irã pelo ataque houthi, já que o país é o principal apoiador dos rebeldes iemenitas, e afirmou que Israel atacará “no momento e lugar” que Teerã escolher.
Por outro lado, os rebeldes houthis relataram nesta segunda-feira dezenas de ataques aéreos dos EUA contra diversas províncias e cidades iemenitas, incluindo Sanaa, onde pelo menos 14 pessoas ficaram feridas em graus variados, “todos civis”, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelos houthis.
A emissora de televisão “Al Masirah”, porta-voz dos rebeldes iemenitas, informou nesta segunda-feira que mais de 26 “bombardeios americanos” foram realizados na noite de domingo e nas primeiras horas de segunda-feira, e que tinham como alvo “instalações civis”, incluindo empresas e lojas.
A emissora mostrou imagens de fachadas de lojas parcialmente destruídas e crateras no asfalto de uma rua no distrito de Shuob, em Sanaa, supostamente devido ao impacto de mísseis dos EUA.
Fonte: Exame