Thiago Marques tinha apenas 15 anos quando bateu à porta de uma farmácia em Paraguaçu, no interior de Minas Gerais, para pedir emprego. Ouviu um “não” como resposta, mas não desistiu. Uma semana depois, sua insistência foi recompensada com uma oportunidade como entregador.
Anos mais tarde, ele se tornaria concorrente daquele patrão – e fundador da Hiper Farma, uma rede associativista de farmácias independentes que hoje soma mais de 1.100 unidades e um faturamento anual de R$ 2,7 bilhões.
“Fiquei uma semana pedindo emprego nessa farmácia. Todo dia saía da escola e ia lá. No fim, ele me deu a chance”, contou Marques no podcast Do Zero ao Topo, apresentado por Mariana Amaro.
“Dois anos depois, o dono jogou uma moeda para decidir entre mim e outro entregador. Eu ganhei. Mas aquilo me marcou. Pensei: não posso deixar que alguém decida minha vida numa moeda de um real.”
Filho de um pedreiro e de uma faxineira, Thiago cresceu sem muitas oportunidades em uma cidade com menos de 20 mil habitantes. Trabalhava de madrugada em um trailer de lanches e de manhã na roça com o pai.
A farmácia surgiu como uma alternativa viável por permitir que ele estudasse à tarde e, ainda assim, ganhasse um pouco mais.
“Em cidade pequena, ou você vai pra farmácia ou pro banco. E como não tinha estudo, a farmácia parecia o melhor caminho”, explica.
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Entregador, balconista e gerente
Dentro da farmácia, Thiago foi de entregador a balconista, depois gerente. Aos 18 anos, já comandava uma filial. Foi ali que começou a sonhar mais alto. Decidiu cursar Administração e, mais tarde, entrou para o setor farmacêutico corporativo. No entanto, mesmo com uma carreira sólida, algo faltava.
“Eu estava indo bem financeiramente, mas não era feliz. Queria mais propósito. Em 2012, resolvi sair de um grande laboratório e montar a empresa. No primeiro ano, o lucro foi de R$ 212. No ano passado, faturamos R$ 2,7 bilhões.”
A Hiper Farma surgiu com uma proposta simples: unir farmácias independentes para competir com as grandes redes. O modelo associativista permite que pequenos empresários compartilhem tecnologia, marketing e negociação com fornecedores, mantendo sua autonomia.
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“Hoje, temos mais de 1.100 farmácias conectadas. A projeção para 2025 é passar dos R$ 3 bilhões em faturamento”, afirma.
A trajetória de Thiago mostra como resiliência, iniciativa e propósito podem transformar histórias. “A farmácia me deu a chance de começar. Mas o que me trouxe até aqui foi a decisão de nunca deixar minha vida ser definida por sorte.”
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Fonte: InfoMoney
