O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou nesta sexta-feira (16) que uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, identificou um surto de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP). A pasta destacou que esse é o primeiro caso registrado na produção brasileira de aves. A doença chegou ao Brasil em 2023 em aves silvestres e está em circulação desde 2006.
Com o surto no RS, há a preocupação de contágio em humanos. Vale destacar que, é possível uma pessoa ser infectada pela gripe aviária, mas isso não acontece pelo consumo da carne ou ovos.
“O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, reforça o Ministério da Agricultura, em nota. Além disso, não há registros de infecção entre humanos.
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Ou seja, a única forma de contrair o vírus é através de contato direto com secreções e fluídos dos animais com a doença, estejam eles vivos ou mortos. Ainda, a gripe aviária pode ser transmitida por água ou objetos contaminados. Esses métodos ocorrem porque as aves espalham o vírus da Influenza por meio das fezes e das secreções respiratórias.
“As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, disse a pasta.
Prevenção
Com a identificação do caso, autoridades sanitárias devem implementar uma barreira sanitária rigorosa para impedir a contaminação em humanos. Esper Kallás, presidente do Instituto Butantan, destaca que o Brasil conseguiu, por três anos, impedir a chegada da gripe aviária através de eficientes barreiras sanitárias.
Com o surto confirmado, a expectativa é que as autoridades adotem uma barreira sanitária mais rígida para evitar que o vírus passe dos animais para os seres humanos.
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Apesar da preocupação natural, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, defende que a situação não é motivo para pânico. “A confirmação do vírus não indica uma situação fora de controle. Pelo contrário, mostra que a vigilância sanitária está funcionando e conseguiu identificar o problema rapidamente”, disse ao jornal Estadão.
Ela ressalta que o estado de emergência é uma medida protocolar, que visa a ampliar o monitoramento e as ações de prevenção.
Além disso, a especialista garante que não há motivo para evitar o consumo de ovos ou carne de frango. Isso porque o vírus da gripe aviária não resiste ao calor, portanto, carnes e ovos bem cozidos são seguros e não transmitem a doença.
“A recomendação principal é evitar o consumo de produtos crus ou mal cozidos – ovos fritos com gema mole entram nessa lista -, uma precaução já comum para prevenir outras infecções alimentares”, diz Isabella.
Efeito econômico
A notícia do surto já traz a preocupação de impacto econômico. Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura, disse nesta sexta que com o surto de gripe aviária, a China suspendeu as exportações de frango e derivados automaticamente por 60 dias. Esse protocolo é temporário, já previsto no acordo entre os dois países.
Fávaro acredita que o Brasil conseguirá retomar a exportação aos chineses antes do prazo final, se não houver outros focos do vírus e as ações para o isolamento do problema sejam feitas adequadamente.
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Quando se trata do mercado interno, a expectativa é que haja uma queda nos preços das mercadorias, já que deve aumentar a oferta de produtos que seriam destinados à exportação. Porém, a situação ainda vai depender da duração das suspensões e das medidas de controle.
(com Estadão Conteúdo)
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Fonte: InfoMoney