O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira que cancelará US$ 60 milhões de verbas à Universidade de Harvard pelo suposto fracasso da instituição no combate ao antissemitismo, mais um passo na intensa batalha entre o governo de Donald Trump e o centro de ensino.
O secretário de Saúde, Robert Kennedy, divulgou na rede social X que a agência “está tomando medidas decisivas para defender os direitos civis no ensino superior”, o que colocou a gestão Trump contra várias universidades, mas em particular Harvard, que rejeitou as imposições das políticas do presidente.
“Devido ao fracasso contínuo da Universidade de Harvard em lidar com o assédio antissemita e a discriminação racial, o HHS está encerrando vários subsídios plurianuais, totalizando aproximadamente US$ 60 milhões”, observou Kennedy.
Esse corte de verbas se soma aos quase US$ 3 bilhões que várias agências do governo Trump retiraram de Harvard nas últimas semanas, alegando que a entidade não está fazendo o suficiente para combater o antissemitismo.
Em 13 de maio, foi anunciado que US$ 450 milhões seriam retirados de Harvard, além dos US$ 2,2 bilhões que haviam sido cortados dias antes por recomendação da Força-Tarefa Federal de Combate ao Antissemitismo.
Esse grupo foi criado por Trump por meio de uma ordem executiva em fevereiro com a tarefa de visitar dez universidades, incluindo Harvard e Columbia, para “coletar informações” sobre possíveis incidentes antissemitas e avaliar possíveis “medidas corretivas”.
Harvard foi informada do novo corte de US$ 60 milhões, relacionados aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, por meio de uma carta em 19 de maio, citando as conclusões do painel federal sobre o suposto preconceito contra Israel na universidade, de acordo com o portal “dailycaller.com”, que obteve uma cópia da carta.
De acordo com o relatório, alguns professores haviam “integrado e normalizado o que muitos estudantes judeus e israelenses consideram antissemitismo e preconceito anti-Israel”.
“Estamos profundamente preocupados com o fato de que essas formas de fanatismo estão se tornando cada vez mais normalizadas no meio acadêmico, especialmente em disciplinas que parecem ser altamente politizadas, como saúde pública, medicina e educação”, declarou o grupo federal no relatório.
Fonte: Exame