O governo dos Estados Unidos negou nesta terça-feira, 20, que tenha planos de apoiar a produção de um ‘reality show’ com imigrantes que competiriam pelo prêmio da cidadania americana, após relatos de que o Departamento de Segurança Interna (DHS) estava avaliando a proposta.
A secretária do DHS, Kristi Noem, declarou em uma audiência no Senado que “não há planos de fazer um ‘reality show’”, após ser questionada sobre o envolvimento do governo na produção.
A possibilidade sem precedentes de que os EUA dessem sinal verde para uma competição televisiva cujo fim seria obter a naturalização no país foi inicialmente relatada pelo jornal britânico “The Daily Mail”, que noticiou o suposto apoio de Noem, algo que autoridades de seu departamento negaram.
A secretária adjunta da agência, Tricia McLaughlin, garantiu em um comunicado enviado à Agência EFE na semana passada que Noem “não endossou nem tem conhecimento da proposta de nenhum programa de ficção ou ‘reality show’”, embora tenha acrescentado na ocasião que o plano “não recebeu aprovação ou rejeição da equipe”.
A porta-voz admitiu que a agência governamental “recebe centenas de propostas de programas de televisão todos os anos” e que cada uma delas “passa por um rigoroso processo de triagem antes de ser rejeitada ou aprovada”.
Em declarações ao “The Wall Street Journal”, McLaughlin disse que a revisão do projeto estava “nos estágios iniciais”.
O produtor Rob Worsoff, que levou a ideia ao DHS, disse ao jornal que o programa foi concebido como “uma celebração do que é ser americano e do privilégio de ser cidadão dos Estados Unidos“.
“Isto não é ‘Jogos Vorazes‘ para imigrantes. Não se trata de: ‘Se você perder, nós o expulsaremos do país de barco'”, explicou.
Os relatos de que o DHS estava considerando a proposta surgiram enquanto a agência trabalha rapidamente para promover a agenda do presidente Donald Trump, que retornou ao poder em janeiro com uma política de imigração rígida que incluía promessas de uma deportação em massa histórica de imigrantes indocumentados.
Na semana passada, o governo defendeu perante a Suprema Corte uma ordem executiva do presidente que limitava a cidadania por direito de nascimento e a negava a filhos de pais indocumentados ou com vistos temporários no país, algo que poderia afetar centenas de milhares de bebês a cada ano, de acordo com o Migration Policy Institute.
Fonte: Exame