O Google está próximo de fechar um acordo com a Apple para integrar o Gemini, seu modelo de inteligência artificial generativa, aos iPhones. A informação foi confirmada por Sundar Pichai, CEO do Google, durante seu depoimento no julgamento do Departamento de Justiça dos EUA que investiga o monopólio da empresa no mercado de buscas.
A expectativa, segundo Pichai, é que o contrato seja assinado até meados de 2025, com a funcionalidade sendo lançada ainda este ano.
O uso de IA de terceiros faz parte da estratégia da empresa de Cupertino para o Apple Intelligence, sua plataforma de inteligência artificial anunciada em junho de 2023. Na ocasião, o vice-presidente sênior da Apple, Craig Federighi, já havia sugerido a possibilidade de incluir modelos como o Gemini: “Queremos permitir que os usuários escolham os modelos que desejam, talvez o Google Gemini no futuro”.

A integração permitiria que a assistente virtual Siri recorresse ao Gemini para responder perguntas mais complexas, em linha com o que já ocorre com o ChatGPT, da OpenAI, no sistema da Apple. (Getty Images)
O comentário de Pichai foi feito em resposta à promotora Veronica Onyema, do Departamento de Justiça. Ele confirmou o avanço nas negociações e afirmou ter discutido o assunto com o CEO da Apple, Tim Cook. “Ele estava tentando entender como estamos evoluindo nossas tecnologias de IA e nosso cronograma. Como parte disso, conversamos sobre a distribuição do aplicativo Gemini”, disse Pichai.
A evidência de que a parceria está em andamento também aparece no código beta do iOS. Em fevereiro, o colaborador do site MacRumors, Aaron Perris, encontrou referências ao “Google” como opção de modelo dentro do Apple Intelligence na versão 18.4 do sistema. Hoje, a integração com o ChatGPT já permite à Siri pedir autorização para usar o modelo da OpenAI, inclusive para analisar imagens ou gerar figuras a partir de texto.
Apple amplia portfólio de IAs e busca flexibilizar uso no iPhone
A iniciativa reflete uma mudança estratégica da Apple em relação à IA. Tradicionalmente mais fechada em seus próprios sistemas, a empresa passou a buscar soluções híbridas, permitindo que usuários escolham entre diferentes modelos de IA, de acordo com suas necessidades e preferências.
Ao contrário do modelo exclusivo, a adoção de opções de terceiros como OpenAI e possivelmente Google representa uma tentativa de manter o iPhone competitivo frente à aceleração das ferramentas de IA oferecidas em smartphones Android. Esse movimento pode alterar o equilíbrio do mercado, onde o Google, até então, predominava como buscador padrão nos aparelhos da Apple — posição também questionada no processo antitruste.
Ir para o conteúdo original: https://exame.com/inteligencia-artificial/google-negocia-com-apple-integracao-do-gemini-ao-iphone/