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Freixo: ‘Vamos ter recorde de turistas estrangeiros novamente em 2025’, diz presidente da Embratur

Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil recebeu 4,4 milhões de turistas estrangeiros. É alta de 51% contra igual período de 2024, quando esse número de visitantes levou oito meses para ser alcançado. Com isso, “vamos bater recorde novamente em 2025”, prevê Marcelo Freixo, presidente da Embratur, agência de promoção do Brasil como destino turístico no exterior.

Ele defende a atividade como “o petróleo do século XXI”, altamente geradora de emprego e renda — daí ser uma atividade importante para quem recebe — e ainda com a capacidade de promover sustentabilidade.

No primeiro quadrimestre, foram 4,4 milhões de turistas internacionais. Em relação a 2024, é um aumento de 51%. É o maior crescimento do planeta em visitas de turistas internacionais. Para se ter uma ideia, em 2024, a gente bateu recorde de turistas e de receita internacionais. Foram 6,77 milhões de turistas estrangeiros.

Este ano, estamos chegando a 4,4 milhões em quatro meses. Então vamos bater esse recorde novamente em 2025 e em larga escala. A gente arrecadou, em 2024, US$ 7,3 bilhões. O turismo gera um valor muito alto, e ainda de maneira sustentável.

É uma grande janela de emprego porque é responsável pelo primeiro emprego de muitas categorias. Gera emprego em restaurante, pousada, hotel, como guias.

Brasil se destaca no cenário internacional

Muito acima. Vêm mais turistas de Argentina, Chile, EUA, França. A meta era de quase 7 milhões. Vamos chegar possivelmente a 8 milhões ou mais, o que estava previsto para 2027. Não se pode comparar o Brasil com um ou outro mercado que tenha outra realidade, como Europa. O turismo internacional tem uma métrica.

A pessoa vai pra fora do seu país numa distância, em média, de até 5 horas de viagem em 86% dos casos. Nesse intervalo, se vai dos EUA para o México ou de um lugar para outro dentro da Europa. Mas não se vem da Europa nem dos EUA para o Brasil. Nem se atravessa o Brasil.

Na Europa, o turista circula de trem, de (aviação) low-cost e em menos de 5 horas está em outro país. Não é comparável. Tirando isso, o Brasil está mais competitivo e numa crescente. Hoje, é o país da América do Sul com o maior número de turistas internacionais. Estamos dando um salto de qualidade muito grande.

Potencial turístico e ampliação da malha aérea

O Brasil tem um potencial turístico enorme. Hoje, a atividade responde por 8% do PIB, mas pode ser muito mais. O turismo pode ser o grande motor de uma nova economia do século XXI no mundo. Talvez seja o petróleo do século XXI, mas mais sustentável, gerando mais emprego. Não à toa, os grandes países produtores de petróleo hoje estão investindo em turismo.

O meu objetivo como gestor do turismo internacional não é falar de um bom momento, mas de uma tendência. Aí entra a política pública. Temos uma equipe técnica na Embratur, um setor de modal que faz contato com as companhias aéreas e oferece o Brasil como destino. Nossa malha aérea internacional cresceu 18% em 2024, enquanto a média de crescimento mundial foi de 10%.

Isso é decisivo porque sem malha aérea ninguém chega no Brasil. Criamos ainda um modelo de apresentação em feiras internacionais de promoção do Brasil baseado em inteligência de dados gerados na agência. A gente sabe quais turistas estão vindo pra cá, quanto gastam, o que pensam, preferem, qual potencial do turismo que eles podem fazer, o lugar mais importante para cada mercado.

Vistos, eventos e turismo de experiência

A volta da exigência de visto de EUA, Canadá e Austrália pode impactar esse fluxo de turistas?

Foi uma decisão tomada pelo Ministério das Relações Exteriores com base no princípio diplomático da reciprocidade. O visto é facilitado, totalmente digital e emitido em poucos dias, de maneira a não gerar impacto significativo na experiência do turista que pretende conhecer o Brasil.

Essa segmentação de produtos turísticos é decisiva porque o mundo caminha para essa ideia do turismo de experiência. O Rio de Janeiro é um grande exemplo disso. A Pequena África está recebendo uma quantidade de turistas próxima à do Cristo Redentor. Evento também é decisivo.

Teve (shows de) Lady Gaga, Madonna. Transforma o lugar. Gera emprego, renda e um impacto que não é só daquele momento. Tem a ver com imagem, com promoção. O Rio foi cartaz no mundo inteiro por conta de um evento. O evento promove o destino.

Plano Brasis quer unificar imagem do país

O que traz o novo plano de marketing internacional?

O plano vai se chamar Brasis porque desde o Aquarela, de 2004, não temos um plano de marketing internacional. Lançamos no Visit Brazil Summit (ontem, no Rio). Depois, vamos capacitar estados e municípios. Não é um plano de marketing da Embratur, é o plano de marketing do Brasil. E se chama Brasis porque a nossa ideia é que ele dialogue com a diversidade brasileira.

Mas a gente precisa criar uma mínima unidade linguística narrativa para o Brasil se apresentar para o mundo com algum nível de coerência de marketing. São três eixos: inteligência de dados, inovação e sustentabilidade. O plano é uma reafirmação de um país que a gente quer. É mais que uma peça publicitária, é um compromisso de país.

O Brasil bom para ser visitado é o Brasil bom para morar. O turismo não é importante só para quem viaja. Ele é importante para quem recebe. Se eu for pensar o turismo sobre quem viaja, talvez pense que é secundário, privilégio. Se pensar que é importante para quem recebe, estou falando de emprego, renda, identidade.

Fonte: Exame

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