A agenda econômica nesta segunda-feira (5) promete movimentar os mercados, com dados importantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Às 5h, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de abril, apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Às 8h25, o Banco Central publica a pesquisa Focus, trazendo as expectativas de economistas para indicadores importantes, como a taxa de juros e a inflação.
Ainda hoje, empresas listadas na bolsa de valores brasileira devem divulgar seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2025. BB Seguridade (BBSE3), CCR (CCRO3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) apresentam seus números após o fechamento do mercado, o que poderá impactar o comportamento das ações dessas empresas nos próximos dias. O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), também com resultados a serem divulgados no final do pregão, além de Tim (TIMS3), completam a lista de empresas com balanços aguardados pelo mercado.
No exterior, os investidores aguardam os resultados do PMI de serviços dos EUA, previsto para as 10h45, que mede a atividade do setor de serviços no mês passado. Logo em seguida, às 11h, será a vez do ISM de serviços, outro indicador relevante para o desempenho do setor, que também pode trazer pistas sobre a saúde da economia norte-americana.
O que vai mexer com o mercado nesta segunda
Agenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, cumpre agenda nos Estados Unidos nesta segunda, com foco em tecnologia e investimentos. O ministro participa da Conferência Global do Instituto Milken e se reúne com executivos do Google e da NVIDIA.
Às 9h, Lula se reúne com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e com o secretário de Imprensa, Laércio Portela. À tarde, às 14h40, encontra o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Em seguida, às 15h, tem reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Às 16h, recebe o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. E, por fim, às 17h, se encontra com o ministro das Cidades, Jader Filho.
Brasil
5h – IPC-Fipe (abril)
8h25 – Focus (semanal)
EUA
10h45 – PMI de serviços (abril)
11h – ISM de serviços (abril)
INTERNACIONAL
Vontade
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que está disposto a reduzir as tarifas sobre a China em algum momento, uma vez que os impostos atuais são tão altos que as duas maiores economias do mundo essencialmente pararam de fazer negócios entre si. Trump impôs tarifas de até 145% sobre as importações chinesas, enquanto a China retaliou com tarifas de 125% sobre produtos americanos.
Orçamento
O governo Trump propôs cortar US$ 163 bilhões em gastos federais no próximo ano fiscal, reduzindo em 23% os gastos não militares. Em contrapartida, os investimentos em defesa e segurança interna devem subir 13% e 65%, respectivamente. Segundo a Casa Branca, o objetivo é priorizar os norte-americanos e fortalecer as Forças Armadas. A proposta inclui previsões econômicas e distribuições por órgão, mas cabe ao Congresso definir o orçamento final. Parlamentares republicanos ainda debatem internamente como viabilizar os cortes para financiar uma ampla reforma tributária. O cenário econômico, afetado por tarifas comerciais, pressiona as decisões.
Blusinhas
O governo Trump encerrou a isenção de impostos para remessas de até US$ 800 vindas da China e Hong Kong, atingindo varejistas como Shein, Temu e AliExpress. A nova regra impõe imposto de 120% ou taxa fixa de US$ 100 por pacote, subindo para US$ 200 em junho. A medida visa combater práticas comerciais desleais e o tráfico de fentanil. A isenção, uma das mais generosas do mundo, era usada desde 1938 e facilitava mais de 1 bilhão de remessas por ano. A decisão pode afetar o PIB chinês e desacelerar suas exportações. Críticos acusam as empresas de fugir de tarifas e inspeções.
Recuo
A China começou a isentar discretamente 131 produtos dos Estados Unidos das tarifas impostas durante a guerra comercial, em uma medida que pode alcançar cerca de US$ 40 bilhões em importações. A lista, que circulou entre empresas e operadores, inclui itens como produtos farmacêuticos e químicos industriais, considerados críticos e difíceis de substituir. Sem anúncio oficial, a iniciativa reflete uma tentativa estratégica de mitigar os impactos econômicos internos, em linha com o que os EUA fizeram ao excluir parte das importações chinesas, como eletrônicos, de tarifas semelhantes. Especialistas apontam que a medida visa proteger setores-chave da economia chinesa e reduzir o risco de uma escalada no conflito comercial.
Petróleo
A OPEP+ concordou em acelerar os aumentos na produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo, aumentando a produção em junho em 411.000 barris por dia, disse o grupo no sábado, apesar da queda dos preços e das expectativas de demanda mais fraca.
ECONOMIA
60% dos recursos
Um levantamento desenvolvido pela Associação Comercial de São Paulo em parceria com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (Cacb) mostra que 60% dos gastos públicos do Governo Federal são empregados com Previdência Social e despesas com pessoal e encargos sociais.
Pobreza
A taxa de pobreza no Brasil caiu de 21,7% para 20,9% em 2024, segundo o Banco Mundial, o que representa 45,8 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 50 por dia. A melhora é atribuída principalmente ao aquecimento do mercado de trabalho e ao aumento real dos salários. Regiões rurais, jovens e pessoas negras registraram os maiores avanços. No entanto, a alta nos preços dos alimentos comprometeu o poder de compra das famílias mais vulneráveis. O ritmo de queda da pobreza vem desacelerando: em 2023, a redução foi maior, de quase 2 pontos percentuais. A previsão para 2025 é de nova queda, mas ainda mais modesta, diante de um cenário de menor crescimento econômico, juros altos e espaço fiscal limitado para políticas sociais. Ao mesmo tempo, a desigualdade segue elevada, com índice de Gini de 51,7%.
Isenção
A nova tabela do Imposto de Renda 2025 já conta com faixa de isenção elevada para R$ 2.428,80, o que isenta mais trabalhadores de pagar o imposto. Além disso, há um desconto de R$ 607,20 para quem ganha até dois salários mínimos. A medida beneficia principalmente trabalhadores, aposentados e pensionistas do INSS. O governo espera que o projeto que amplia a isenção para R$ 5.000 seja aprovado no Congresso. Para custear a isenção, lucros acima de R$ 600 mil terão imposto mínimo de 10%. A medida visa aliviar a carga tributária para quem recebe menos.
Em até 15 dias
O governo federal pretende enviar ao Congresso Nacional, nos próximos 15 dias, a proposta de isenção do pagamento de energia elétrica para até 60 milhões de pessoas. A medida, chamada de reforma do setor elétrico, deve ser publicada como medida provisória e entrar em vigor imediatamente. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discutiu os detalhes da proposta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A isenção será concedida a famílias de baixa renda, com consumo de até 80 kWh por mês, incluindo beneficiários do CadÚnico, idosos e pessoas com deficiência. A estimativa de custo da medida é de R$ 3,6 bilhões anuais, sem recursos do Tesouro Nacional.
INSS
Cerca de 4,1 milhões de beneficiários do INSS podem ter sido prejudicados por descontos indevidos em suas aposentadorias e pensões, de acordo com dados do órgão. Esses descontos, aplicados por 11 entidades investigadas por fraudes, ocorreram sem consentimento dos segurados, como revela um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), que aponta que 97,6% dos aposentados e pensionistas não autorizaram tais cobranças. O escândalo, revelado após operação da Polícia Federal, envolveu descontos de associações que utilizavam documentos falsificados e assinaturas fraudulentas. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões. O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, trabalha para corrigir a situação e identificar as vítimas.
POLÍTICA
Agenda de viagens
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma a agenda de viagens internacional essa semana. O primeiro compromisso será em Moscou, na Rússia. A convite do presidente Vladimir Putin, Lula participará das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. É o feriado mais importante da Rússia, que ocorre no dia 9 de maio, com um grandioso desfile cívico-militar em Moscou. Ambos os presidentes também manterão reunião bilateral durante a visita, entre 8 e 10 de maio.
Na sequência, Lula segue para China, onde cumprirá agendas nos dias 12 e 13 de maio. A visita de Lula ao país asiático ocorrerá no contexto da Cúpula entre China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Convite
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Wolney Queiroz (PDT-PE) para assumir o Ministério da Previdência Social. A decisão ocorre após a saída de Carlos Lupi, em meio ao escândalo das fraudes no INSS. Queiroz, atualmente secretário-executivo da pasta, era o nome mais cotado para suceder Lupi. Sua escolha visa manter o PDT no comando da Previdência, preservando a base aliada. As investigações revelaram descontos indevidos aplicados a milhões de aposentados e pensionistas. O prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões. A nomeação será formalizada ainda hoje no Diário Oficial da União.
Rebate
O ministro Aroldo Cedraz, do TCU, refutou as afirmações do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, sobre o desbloqueio em lote de descontos associativos nas aposentadorias. Cedraz afirmou que o TCU proibiu tais desbloqueios sem a manifestação clara e individual dos segurados, e que a decisão do tribunal não autorizava esse procedimento.
Stefanutto, afastado após operação da PF sobre fraudes, defendeu que agiu dentro dos parâmetros estabelecidos pelo TCU, citando a possibilidade de desbloqueios com a confirmação de documentos pelas entidades.
Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro teve alta hospitalar no final da manhã deste domingo após uma internação de três semanas desde que foi submetido a uma cirurgia de desobstrução intestinal, desafiou novamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas, por recomendação médica, não deve acompanhar pessoalmente o ato pró-anistia previsto para a próxima quarta-feira em Brasília.
Em rápida fala na saída do hospital DF Star, com a voz fraca ao lado dos médicos, familiares e apoiadores, Bolsonaro agradeceu às pessoas que oraram pela sua recuperação e prometeu dar uma entrevista em breve a veículos de imprensa para “botar um ponto final” nas acusações a que responde.
Em silêncio
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se reuniu com o presidente Lula (PT) nesta sexta-feira (2) e deixou o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa. Sua saída do cargo é considerada iminente desde o começo do ano. Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social, é vista como a substituta mais provável. A conversa entre Cida e Lula durou cerca de 20 minutos, antes de uma reunião com Carlos Lupi, que entregou o cargo em meio ao escândalo de descontos ilegais no INSS. Márcia Lopes tem uma trajetória política de destaque, especialmente no setor de assistência social.
Condenados
Ministros do STF indicaram que a responsabilidade pela possível redução das penas dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro é do Congresso Nacional. A proposta de alterar o Código Penal para modificar a dosimetria das condenações tem sido discutida entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ministros da Corte, que, embora não endosse a iniciativa, sinalizam não resistir à mudança.
A reforma legislativa pode reclassificar os crimes cometidos durante os ataques, o que resultaria na redução das penas. Essa mudança beneficiaria principalmente os condenados por participação em atos de depredação, com penas de dois a seis anos, em vez das punições mais severas de tentativa de golpe ou abolição violenta do Estado democrático.
Impacto bilionário
O STF vai julgar em maio ações com impacto bilionário para os cofres públicos. No dia 14, está prevista a análise sobre a exclusão de créditos presumidos de ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, com impacto estimado de R$ 16,5 bilhões. No mesmo dia, será discutida a Cide voltada à inovação, que pode gerar perdas de R$ 19,6 bilhões à União. No dia 19, volta à pauta a inclusão de empresas do mesmo grupo em execuções trabalhistas. Já no dia 22, os ministros avaliam se servidores ativos têm direito à indenização por férias não gozadas, com impacto de R$ 5,4 bilhões. Todos os temas envolvem questões fiscais e trabalhistas de grande interesse para o governo. Esses julgamentos podem pressionar o equilíbrio fiscal no curto prazo.
Escala 6×1
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou que a redução da jornada dos trabalhadores será uma das prioridades do governo no Congresso. “O debate sobre o fim da escala 6×1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto às comissões pertinentes, para envolvermos a sociedade e todos os setores abrangidos pelo tema” disse Gleisi em publicação na rede social X.
Recusa
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, se recusou a responder ao STF alegando imunidade parlamentar. O ministro Flávio Dino pediu explicações sobre declarações do deputado a respeito do acordo de emendas. Sóstenes disse que poderia romper o acordo se não fosse pautada a anistia aos condenados do 8 de Janeiro. O acordo atual distribui 30% dos recursos à comissão presidida pelo partido e 70% entre as bancadas. Flávio Dino vê possível desvio no uso das emendas. A fala de Sóstenes sugere prática semelhante ao orçamento secreto. O deputado citou o artigo 53 da Constituição para justificar silêncio.
(Com Reuters e Estadão)
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Fonte: InfoMoney