Até 2030, as necessidades globais de energia impulsionadas pela inteligência artificial podem mais que triplicar e resultar em um aumento de 1,2% nas emissões de gases de efeito estufa.
Um dos grandes dilemas do uso da tecnologia é seu intensivo uso de eletricidade e água em data centers, aqueles centros projetados para abrigar servidores, armazenar dados e processar as informações.
A prova viva é a febre da Trend Ghibli do ChatGPT, que consome o equivalente a energia de uma cidade pequena de 10 mil habitantes, conforme mostrou um recente estudo do MIT.
Mas ao mesmo tempo que se torna um ‘problemão’ ambiental, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que os ganhos econômicos da IA compensarão esses “custos ambientais”.
Um novo relatório divulgado na terça-feira (22) apontou que esta tecnologia aumentará o PIB em cerca de 0,5% ao ano entre 2025 e 2030, enquanto as emissões relacionadas custariam US$ 50,7 bilhões (R$ 290,9 bilhões) a US$ 66,3 bilhões (R$ 380,5 bilhões) no mesmo período.
Por outro lado, o relatório ressalta que os ganhos de produção não serão compartilhados igualmente em todo o mundo e faz um apelo aos líderes globais e grandes companhias para a adoção de medidas para minimizar os custos à população.
Segundo o FMI, o impacto climático dependerá crucialmente da capacidade das empresas de tecnologia em cumprirem promessas de redução de emissões em seus data centers, principalmente através do aumento no uso de energias renováveis. A exemplo, estariam bigtechs como Google, Microsoft e Amazon.
Especialistas alertam que o potencial positivo será maximizado se a IA conseguir promover ganhos de eficiência energética ou estimular padrões de consumo mais sustentáveis em diversos setores da economia.
O Brasil, por exemplo, é terreno fértil: com mais de 80% da matriz energética proveniente de fontes limpas, o país já se posiciona como o principal polo de IA da América Latina. Um estudo recente da consultoria global Oliver Wyman mostra que 57% dos brasileiros já teriam usado plataformas de IA, média bastante superior a de grandes economias como Espanha, França, Austrália e até os Estados Unidos.
Além disso, os benefícios econômicos poderiam ser direcionados para mitigar os danos e investir em tecnologias e políticas voltadas à transição energética e redução do consumo — a fim de ajudar na “conta” da compensação.
Outro exemplo seria a implementação de impostos sobre carbono ou regulamentações que incentivem empresas de tecnologia a minimizarem sua pegada ambiental.
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