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Faixa de luz brilhante atravessa o céu de algumas partes dos EUA

Na noite de sábado (17), moradores de várias regiões dos EUA observaram uma faixa brilhante e esbranquiçada cruzando o céu, visível até o sul do Novo México. O fenômeno chamou atenção por parecer uma aurora, mas tinha uma explicação bem diferente.

Como aquela foi uma noite para a atividade auroral, já que o campo magnético da Terra havia sido atingido por um jato de partículas solares dias antes, a suspeita inicial era de que se tratasse de um STEVE (sigla em inglês para “forte aumento da velocidade térmica”) – um tipo de luz atmosférica parecida com auroras, causada por partículas carregadas que viajam pela camada superior da atmosfera, chamada ionosfera.

Enquanto as auroras tendem a cintilar em amplas faixas de luz verde, azul ou avermelhada, dependendo de sua altitude, o STEVE normalmente aparece como uma única fita de luz lilás e branca que se estende por centenas de quilômetros. Às vezes, essa fita luminosa é acompanhada por uma linha verde de luzes picotadas, semelhante a uma cerca. 

Combustível liberado por foguete provocou o feixe de luz no céu

No entanto, segundo o astrônomo Jonathan McDowell postou no X (antigo Twitter), a faixa no céu era, na verdade, o rastro de combustível despejado pelo foguete chinês Zhuque-2E Y2, da empresa LandSpace, lançado à 1h12 (pelo horário de Brasília) e levou seis satélites à órbita da Terra.

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Cerca de uma hora após o lançamento, o combustível foi liberado na atmosfera, a 250 km de altitude, criando o brilho visível em várias partes do país.

O combustível usado foi o chamado methalox, uma mistura de metano e oxigênio líquido. Esse tipo de propelente tem ganhado espaço na indústria espacial por ser mais barato, limpo e viável para missões futuras a Marte.

O brilho causado por esse tipo de combustível pode ocorrer de formas diferentes. Uma delas é a reflexão da luz solar por cristais de gelo na atmosfera, mas isso só acontece perto do anoitecer. Altas horas da noite, como nesse caso, a origem é química.

Na ionosfera, os gases liberados, como metano, reagem com partículas carregadas, produzindo luz de maneira semelhante à quimioluminescência – o mesmo tipo de reação que faz os bastões de luz brilharem.

Esse fenômeno raro ainda é pouco conhecido do público. Mas com o avanço dos foguetes movidos a methalox, é possível que novas “listras brilhantes” apareçam nos céus. Agora, se você estiver para aqueles lados e vir uma, já sabe que pode ser combustível de foguete — e não uma aurora boreal.

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Fonte: Olhar Digital

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