As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, 21, enquanto os mercados europeus e os futuros de Wall Street operam com leve queda.
No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,61% após dados oficiais mostrarem que as exportações do país desaceleraram pelo segundo mês consecutivo, crescendo apenas 2% em abril — o ritmo mais fraco desde outubro do ano passado. Além disso, o PIB japonês encolheu 0,7% no primeiro trimestre, pressionado pelo consumo fraco e pelo declínio nas vendas externas.
Em contraste, o Kospi da Coreia do Sul subiu 0,91%, apoiado por promessas do governo de ampliar o apoio aos setores de biotecnologia e automóveis, que podem ser diretamente impactados pelas tarifas norte-americanas. O Kosdaq, que reúne as empresas de menor capitalização, avançou 1,13%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 teve alta de 0,52%.
Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,45%, enquanto o CSI 300, que reúne as ações mais negociadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, avançou 0,47%.
O ambiente ainda é tenso para os exportadores chineses. Segundo um relatório da Allianz Trade, 95% das empresas chinesas ouvidas já buscam ativamente novos mercados fora dos Estados Unidos, mesmo após uma trégua temporária acordada em reunião recente entre Pequim e Washington.
A pesquisa destacou ainda que o ritmo acelerado de embarques para os EUA durante o atual período de trégua tarifária impulsionou os custos de frete, mas os danos para o setor exportador chinês continuam sendo relevantes.
Europa e EUA
Na Europa, os índices acionários abriram em leve baixa, pressionados por dados de inflação acima do esperado no Reino Unido. Às 5h30 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 recuava 0,25%. O FTSE 100 de Londres subia 0,04%, enquanto o CAC 40 de Paris perdia 0,43% e o DAX de Frankfurt caía 0,03%.
A inflação anual britânica subiu para 3,5% em abril, acima dos 3,3% esperados pelos analistas. O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como energia e alimentos, acelerou para 3,8%, de 3,4% em março, o que pode dificultar cortes de juros pelo Banco da Inglaterra.
Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices operam em baixa nesta manhã. Por volta das 5h30, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq caíam 0,56% e 0,64%, respectivamente, enquanto os do Dow Jones recuavam 0,58%.
Sem divulgação de indicadores relevantes nesta quarta, os investidores seguem atentos a eventuais atualizações sobre o orçamento federal e o déficit nos EUA, além das discussões comerciais em curso com os principais parceiros globais do país.
Segundo o Morgan Stanley, o cenário tende a piorar. Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o banco projeta que o crescimento da economia global desacelerará de 3,5% em 2024 para 2,5% em 2025. Nos EUA, a expansão do PIB pode cair para 1% nos próximos dois anos. A zona do euro deve crescer abaixo de 1%, e a China também verá seu ritmo de crescimento desacelerar em cerca de 0,5 ponto percentual, pressionada pela guerra comercial.
As tensões comerciais também dominam a pauta dos ministros de Finanças do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA), que se reúnem em Banff, no Canadá, ao longo dos próximos dois dias. O anfitrião, François-Philippe Champagne, afirmou que o grupo buscará medidas para restaurar a estabilidade e o crescimento global, mesmo diante de crescentes atritos com os Estados Unidos.
Fonte: Exame