A Meituan, especializada em delivery de refeições e tecnologia para o varejo, abrirá mais de 100 postos de trabalho diretos para sua operação no Brasil. A empresa estreia no mercado brasileiro com a marca Keeta, e terá sede em São Paulo.
A operação contará com investimentos diretos de R$ 5,6 bilhões da matriz chinesa, sinalizando a aposta estratégica da companhia no mercado latino-americano.
As contratações da Meituan serão realizadas durante a Feira de Recrutamento de Empresas Chinesas, marcada para o dia 31 de maio, na capital paulista. As inscrições para feira devem ser feitas até o dia 26 de maio, no endereço eletrônico https://fremc.iestgroup.com.
Sobre a Meituan
O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira que empresas chinesas irão investir até R$ 27 bilhões no país nos próximos meses, resultado de acordos firmados durante a visita do presidente Lula a Pequim. Entre os investimentos, destaca-se a chegada do Keeta, aplicativo de delivery que já domina o mercado chinês, com a intenção de competir diretamente com o líder local iFood.
O app é da Meituan, gigante chinesa que vale mais de R$ 600 bilhões na Bolsa de Hong Kong, e que irá investir R$ 5,6 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos.
O lançamento do Keeta no Brasil marca a estratégia da Meituan de desafiar o domínio do iFood, que atualmente controla cerca de 80% do mercado de delivery no país. A marca Keeta já está presente em outros mercados fora da China, como em Hong Kong e na Arábia Saudita, e a chegada ao Brasil representa uma das suas maiores apostas de expansão internacional.
O anúncio ocorre menos de um mês após a chinesa Didi, controladora da 99, anunciar que investirá R$ 1 bilhão para expandir sua operação de logística no Brasil. Além disso, a empresa irá relançar o 99Food — serviço de entrega de refeições que havia sido descontinuado em 2023 — com a promessa de taxas zero para os restaurantes.
Intensificação da competição no mercado de delivery
Além dos investimentos da Meituan e da Didi, a colombiana Rappi, que ainda tinha uma presença tímida no Brasil, também anunciou a zeragem das taxas cobradas dos restaurantes e um investimento de R$ 1,4 bilhão no país nos próximos três anos.
A chegada dessas gigantes internacionais e o crescente investimento no setor aumentam a pressão sobre o iFood, que ainda enfrenta desafios em relação às suas taxas, que variam entre 25% e 35%. A recente atualização de 15,3% na taxa mínima paga aos entregadores, abaixo da reivindicação da categoria, é um reflexo das dificuldades enfrentadas pelo app.
Fonte: Exame