O Brasil teve um desempenho histórico nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. Pela primeira vez, o país terminou no top 5 do quadro de medalhas. Mas o ex-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, projeta uma evolução ainda maior: ficar atrás apenas da China até 2040.
“Eu acredito muito que 2040 o Brasil pode brigar ali com a China, quem sabe, ficar na segunda posição, atrás dos chineses em 2040. Acho que isso é muito factível”, disse Conrado, que hoje é secretário-geral do CPB, em entrevista ao programa Game Changers, do InfoMoney.
O Brasil conquistou 89 medalhas em Paris 2024, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, cumprindo as duas metas estipuladas pelo Comitê Paralímpico: atingir sua melhor campanha e alcançar pela primeira vez o top 5 da competição.
Para se ter uma ideia, nas duas edições anteriores dos Jogos Paralímpicos (Rio e Tóquio), o Brasil terminou na sétima colocação, conquistando 72 medalhas em ambas as oportunidades – a diferença é que na edição japonesa os brasileiros ganharam 22 ouros, contra 14 no Rio, o que dá a dimensão do feito histórico obtido em Paris no ano passado.
Mizael Conrado condicionou uma melhoria ainda maior do desempenho no quadro de medalhas ao projeto de formação de crianças no esporte paralímpico iniciado pelo CPB em 2018, que seguiu mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia da covid-19.
“Acredito muito que em 2030, 2032, essas crianças que iniciaram nas escolinhas já vão começar a também dar resultado. Hoje já são aproximadamente dez mil crianças que a gente já tem no Brasil inteiro”, explicou o dirigente, que comandou o CPB por dois mandatos, entre 2017 e 2024. “Acredito demais que a partir de 32 ali o Brasil já vai começar a avançar e que em 2040 a gente vai estar talvez só com os chineses na nossa frente”.
Sobre o atual ciclo até os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028, a ideia do Comitê Paralímpico Brasileiro, segundo Mizael Conrado, é manter o Brasil no top 5 no quadro de medalhas.
“Acho que Los Angeles vai ser uma outra edição especial para o Brasil. É claro que nada é fácil. Então a gente deve ter a Rússia voltando com muito mais força do que foi agora em Paris…principalmente pela pela lógica vigente nos Estados Unidos que a Rússia deve voltar enquanto país mesmo e é um país muito forte. A gente também tem expectativa de que a guerra acabe e a Ucrânia, que também tem muita tradição, deve voltar forte. Mas eu acredito muito no Brasil se mantendo entre os cinco”, explicou o dirigente do CPB.
“A gente entrou entre os dez em 2008. E qual que era o principal objetivo? Primeiro é se manter ali. Porque você não fica em quinto se não permanecer entre os dez. E agora é a mesma coisa. O Brasil precisa garantir a sua titularidade entre os cinco. Nós chegamos. Manter não é fácil, mas eu acredito muito que o Brasil vai conseguir manter. E aí mantendo, garantir a posição ali, aí é avançar”, complementou.
Sobre o Game Changers
Game Changers é um programa de entrevistas com as principais personalidades do esporte que mudaram o jogo em suas áreas de atuação.
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Fonte: InfoMoney