O advogado do ex-funcionário da C&M Software preso por envolvimento no megavazamento que causou prejuízo de até R$ 1 bilhão a instituições financeiras defendeu nesta segunda-feira (7) que seu cliente também foi vítima do esquema.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, João Nazareno Roque confessou ter recebido R$ 15 mil para fornecer senhas corporativas e executar códigos enviados pelos criminosos.
O ataque atingiu diretamente as contas de reserva de ao menos oito instituições conectadas à infraestrutura da C&M, usada por fintechs e bancos menores para integração com o sistema Pix. O rombo ainda está sendo apurado, mas já é considerado um dos maiores já registrados no setor financeiro nacional.
“O senhor Roque também foi vítima”, afirmou o advogado Thiago Reis em nota à Folha de S.Paulo. Ele sustenta que o ex-operador de TI “pode ter sido corrompido e manipulado por terceiros ainda não identificados, que se valeram de aparente autoridade para induzi-lo a colaborar com atos cuja natureza criminosa não lhe era clara”.
Roque será ouvido novamente pela Polícia Civil nesta tarde. O prazo da prisão temporária se encerra nesta segunda, mas pode ser prorrogado por mais cinco dias, caso haja nova solicitação das autoridades.
Segundo a investigação, Roque teria sido abordado em março por um homem que já conhecia seu vínculo com a C&M. A proposta inicial, segundo depoimento do próprio investigado, envolvia uma oferta de R$ 5 mil para “mostrar o sistema”. Dias depois, o valor foi elevado para R$ 15 mil em troca da execução de comandos e compartilhamento de acesso.
Apesar da confissão assinada na última quinta-feira (3), a defesa tenta reforçar a tese de cooptação sob manipulação e aposta na não renovação da prisão. As autoridades, no entanto, tratam o caso como associação criminosa, furto qualificado e abuso de confiança.
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Fonte: InfoMoney