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Ex-executiva do Google compara fim da carreira à relação com “ex-namorado ruim”

Após mais de duas décadas no Google, Alana Karen decidiu sair da empresa após se sentir desvalorizada e ignorada pelas lideranças, mesmo com um histórico de alto desempenho. A ex-diretora, autora e líder do setor de tecnologia revelou, em relato publicado pelo Business Insider, que sua permanência na empresa se manteve por anos mais pela inércia do que por satisfação — e comparou sua relação com o trabalho ao fim de um namoro mal resolvido.

Contratada em 2001 para revisar e aprovar anúncios no site, Karen fez parte da primeira leva de funcionários da empresa. Ela começou quando o Google ainda era uma startup com poucos funcionários e viveu a expansão que transformou a companhia em um império global da internet. No início, segundo ela, o trabalho era intenso, mas motivador. “Me sentia pessoalmente contribuindo para uma missão em que acreditava: tornar a informação mais acessível.”

No entanto, a executiva afirma que a cultura interna da empresa se transformou com o tempo, dando lugar a reuniões extensas, decisões baseadas apenas em gráficos e metas e um ambiente cada vez mais frio e burocrático. Após dez anos, ela pensou em sair, mas encontrou nova motivação ao migrar para o Google Fiber, braço da companhia focado em internet de alta velocidade, onde atuou até uma reestruturação em 2017 levar ao encerramento do projeto e à demissão de centenas de pessoas.

Dali em diante, Karen criou um sistema pessoal de quatro perguntas — “Eu gosto do que estou fazendo?”, “Estou me divertindo?”, “Gosto das pessoas com quem trabalho?”, “Ainda estou aprendendo?” — como um mecanismo anual para avaliar sua permanência na empresa. Quando as respostas começaram a piorar, ela viu que estava na hora de sair.

Demissões e pressão por IA aceleraram saída

A executiva descreve os últimos anos no Google como emocionalmente desgastantes, especialmente após rodadas de demissões em massa e reorganizações internas. A pressão para produzir soluções em inteligência artificial, mesmo com menos recursos humanos, aumentou a sensação de esgotamento. “As pessoas passaram a mandar e-mails à noite e nos fins de semana para parecerem indispensáveis”, afirmou.

Karen conta que tentou buscar novos estímulos dentro da empresa ao se candidatar a um cargo superior em 2024. Estabeleceu um ultimato: se não fosse promovida, pediria demissão. Foi exatamente o que aconteceu. Ao receber a negativa, formalizou sua saída imediatamente com o setor de RH.

A decisão, segundo ela, foi libertadora. “Foi bom sair por escolha própria. Hoje entendo que sou uma pessoa completa fora do Google”, conclui.

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