O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (18) a retomada dos agendamentos para vistos de estudantes, após quase um mês de suspensão. A medida, no entanto, vem acompanhada de novas exigências para análise de perfis digitais dos solicitantes.
De acordo com um comunicado interno assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio, a triagem passará a incluir a verificação da presença online completa dos candidatos, com ênfase especial nas redes sociais. O objetivo declarado é identificar ativismo político com potencial de risco, sobretudo posições consideradas “radicais” ou “violentas”.
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Ativismo pró-Palestina na mira
Segundo orientações obtidas pela Reuters, funcionários consulares deverão ficar atentos a manifestações públicas de apoio à causa palestina ou críticas ao governo de Israel durante o processo de análise de perfis. Também poderão ser utilizados buscadores e outras ferramentas online para varreduras além das redes sociais tradicionais.
O telegrama enviado aos consulados norte-americanos determina que contas trancadas ou com acesso restrito poderão ser interpretadas como tentativa de ocultação de conduta. Candidatos deverão ser alertados sobre essa diretriz no momento da entrevista.
Redução no número de entrevistas e foco em áreas prioritárias
A nova política também prevê diminuição no número de entrevistas disponíveis, dada a maior complexidade e demanda de recursos da nova triagem. Os postos consulares deverão adaptar seus agendamentos considerando os esforços adicionais necessários.
Mesmo com a restrição, o Departamento de Estado orienta que prioridade seja dada a estudantes com aceitação em universidades norte-americanas e médicos estrangeiros envolvidos em programas de intercâmbio.
As embaixadas e consulados dos EUA têm cinco dias úteis a partir do anúncio oficial para implementar os novos protocolos. A suspensão temporária, iniciada em 27 de maio, havia sido determinada justamente para permitir a implementação da nova política de verificação.
Críticos da medida afirmam que a política pode funcionar como um instrumento de censura indireta e gerar um ambiente de intimidação para estudantes estrangeiros.
Instituições acadêmicas norte-americanas já manifestaram preocupação com o impacto na diversidade internacional do corpo discente, que hoje representa cerca de 15% do total de alunos em universidades dos EUA.
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Fonte: InfoMoney
