O Financial Times noticiou nesta sexta-feira (16) que Estados Unidos e União Europeia, composta por 27 países-membros, finalmente iniciaram negociações comerciais sobre tarifas entre os países.
Houve troca de documentos delineando áreas de discussão, englobando desde tarifas até comércio digital e oportunidades de investimento, segundo o FT, que teve acesso a uma nota informativa da UE e conversou com fontes familiarizadas com o assunto.
Na nota, Sabine Weyand, a principal autoridade comercial da Comissão Europeia, afirmou que a União Europeia precisa agir com calma e não sucumbir ao desejo dos EUA por “vitórias rápidas”, além de alertar sobre a permanência de algumas tarifas americanas especialmente em setores que os EUA desejam repatriar, como a siderurgia e a indústria automobilística.
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A UE até agora não conseguiu firmar qualquer acordo sobre tarifas com os EUA, como fizeram o Reino Unido, Japão, Coreia do Sul, Vietnã e até a China. Contudo, os ministros do comércio da UE vem reafirmando a preferência pela qualidade de um potencial acordo com os EUA, e não pela velocidade em firmá-lo, rejeitando o modelo do acordo feito com o Reino Unido devido ao tamanho das tarifas.
Segundo o FT, o representante comercial de Trump, Jamieson Greer, alertou diplomatas europeus sobre a frustração dos EUA com a falta de propostas por parte da UE e advertiu que tarifas previamente suspensas poderiam ser reimplementadas se o bloco não agisse.
A tarifa “recíproca” da UE foi reduzida pela metade até 8 de julho para permitir negociações, mas Trump manteve as taxas sobre commodities como aço, alumínio e automóveis, e ameaçou impor novos impostos sobre produtos farmacêuticos e semicondutores.
O comissário de comércio da UE, Maroš Šefčovič, manifestou interesse em se encontrar com Jamieson Greer e destacou a intenção da UE de reduzir o déficit comercial com os EUA, aumentando compras de gás e produtos agrícolas norte-americanos. Contudo, para os americanos, o alto imposto sobre valor agregado (IVA) europeu e as regulamentações digitais do bloco dificultam as negociações.
A UE suspendeu tarifas retaliatórias de 21 bilhões de euros durante as negociações, mas propôs um novo pacote de 95 bilhões de euros, incluindo tarifas sobre produtos como aeronaves Boeing e carros. Além disso, apesar de ter afirmado que a UE não cederia às exigências dos EUA sobre IVA e regulamentações digitais, Šefčovič disse que o bloco está disposto a reduzir a dependência da China para matérias-primas e medicamentos essenciais.
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Fonte: InfoMoney