Home / Mundo / EUA e China jogam estrategicamente em disputa comercial, diz Pfeifer

EUA e China jogam estrategicamente em disputa comercial, diz Pfeifer

A relação entre os Estados Unidos e a China vai muito além de uma simples guerra comercial, conforme explica Alberto Pfeifer, coordenador-geral do Grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da Universidade de São Paulo (DSI-USP). Segundo ele, o que realmente está em jogo é uma disputa hegemônica de longo prazo, com implicações profundas e consequentes para ambas as nações.

Pfeifer destaca que o comércio é apenas uma das ferramentas utilizadas nesta disputa, mas não é a única nem a mais importante. Os Estados Unidos, como atual potência hegemônica, enfrentam o desafio da China, que busca garantir suprimentos e bem-estar para sua população, além de manter sua influência regional.

A disputa comercial ganhou destaque em 2 de abril, quando Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de importação para parceiros comerciais com os quais os EUA têm déficits. As tarifas entre EUA e China escalaram significativamente, chegando a 145% para produtos chineses nos EUA e 125% para produtos americanos na China.

Uma trégua foi estabelecida em 11 de maio, com os EUA reduzindo suas tarifas em 35% e a China em 10%, por um período de 90 dias. “Esta pausa trouxe certa normalidade às relações comerciais bilaterais, mas outras medidas não tarifárias continuaram a evidenciar questões mais profundas da disputa hegemônica”, ressalta Pfeifer.

Recursos estratégicos e segurança nacional

Um ponto crucial nesta disputa é o controle de recursos estratégicos. De acordo com Alberto Pfeifer, a China domina mais de 90% da oferta mundial de terras raras, elementos essenciais para a produção de tecnologias avançadas, incluindo armamentos.

“A retenção desses recursos pela China provocou uma reação dos EUA, que por sua vez impuseram limitações ao comércio com empresas que utilizam inteligência artificial chinesa”, explica.

Além disso, os EUA revisaram sua política de vistos para estudantes chineses, afetando cerca de 270 mil estudantes só no ano anterior, segundo Pfeifer. “Estas ações demonstram que a disputa vai além do comércio, tocando em questões de segurança nacional e desenvolvimento tecnológico de ambos os países”, afirma.

As autoridades de ambas as nações estão se reunindo em Londres para buscar uma normalização dos fluxos comerciais, pelo menos até o final da trégua prevista para agosto.

“O objetivo é estabelecer bases estáveis para o comércio entre Estados Unidos e China, reconhecendo a complexidade e a importância estratégica desta relação bilateral no cenário global”, conclui.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.

Fonte: CNN Brasil

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *