A Food and Drug Administration (FDA) está em conversas com a OpenAI para explorar o uso da inteligência artificial no processo regulatório, conforme reporta o WIRED.
A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo para modernizar e agilizar a aprovação de novos medicamentos, que atualmente pode levar mais de uma década.
Recentemente, a FDA concluiu sua primeira revisão científica assistida por IA, conforme revelou o comissário interino Marty Makary. Ele defendeu publicamente o uso da tecnologia para enfrentar a lentidão dos processos atuais, especialmente em tratamentos para doenças como diabetes e câncer.
Embora Makary não tenha citado diretamente a OpenAI, fontes afirmam que representantes da empresa, juntamente com membros do Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk, têm se reunido com a FDA para discutir projetos como o “cderGPT”, voltado ao Centro de Avaliação de Medicamentos, e o “Research GPT”.
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Jeremy Walsh, o primeiro diretor de IA da FDA, lidera as discussões, que ainda não resultaram em contratos oficiais.
Otimismo e ceticismo caminhando juntos
- A adoção de IA é vista com otimismo por especialistas do setor, desde que haja diretrizes claras sobre uso de dados e desempenho dos modelos.
- Rafael Rosengarten, CEO da Genialis, apoia a automação de tarefas simples no processo de revisão, como a checagem de documentos incompletos, mas alerta para a necessidade de rigor técnico e regulatório nos usos mais avançados.
- Ainda há ceticismo entre ex-funcionários da FDA quanto à confiabilidade de modelos como o ChatGPT, dada sua propensão a gerar informações imprecisas.
FDA já investe em pesquisa de IA
A FDA, por sua vez, já investe em pesquisa sobre o uso interno de modelos de linguagem e analisa diferentes formas de acelerar suas revisões, inclusive por meio de vias regulatórias já existentes, como as designações de via rápida e terapia inovadora.
A OpenAI, que lançou recentemente o ChatGPT Gov — versão voltada a órgãos públicos —, busca certificações federais para operar com dados sensíveis, o que pode abrir caminho para parcerias oficiais no futuro.

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Fonte: Olhar Digital