Home / Mundo / EUA: Detector de mentiras vira ferramenta de intimidação na Segurança Interna

EUA: Detector de mentiras vira ferramenta de intimidação na Segurança Interna

EUA: Detector de mentiras vira ferramenta de intimidação na Segurança Interna

Usado rotineiramente pelo Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, como parte de autorização de segurança, verificação de antecedentes e investigações de crimes, o polígrafo — ou detector de mentiras —, sob a secretária Kristi Noem, agora também serve outra função: detectar possíveis vazamentos de informação à imprensa considerados constrangedores e desleais.

Segundo uma reportagem do Wall Street Journal, funcionários de diferentes divisões do DHS têm sido submetidos a testes de 90 minutos a até 4 horas em salas de interrogatório, conectados ao equipamento que monitora seus sinais físicos enquanto são questionados sobre possíveis contatos com a mídia. Muitas das informações que os funcionários são acusados de vazar sequer são confidenciais, cita a reportagem.

Os testes são realizados por uma divisão discreta da Administração de Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês), associada à segurança de aeroportos. Segundo o WSJ, os funcionários convocados vão desde aqueles em altos cargos até assessores de imprensa, autorizados a interagir com jornalistas, mas que são suspeitos de compartilhar informações não autorizadas.

Noem foi questionada sobre o assunto em uma entrevista em março. Segundo ela, “as autoridades que tenho no Departamento de Segurança Interna são amplas e abrangentes, e pretendo usar cada uma delas para garantir que estamos seguindo a lei.”

— Sob a liderança da secretária Noem, o DHS não se desculpa por seus esforços para erradicar os vazamentos que comprometem a segurança nacional — disse ao WSJ Tricia McLaughlin, porta-voz do DHS. — Somos agnósticos quanto à sua posição, mandato, nomeação política ou status como funcionário público de carreira, rastrearemos os vazadores e os processaremos com todo o rigor da lei.

A porta-voz não respondeu ao questionamento sobre quantos funcionários, dos 250 mil totais, foram submetidos ao teste até o momento.

Segundo a reportagem, os funcionários relatam nunca terem visto o polígrafo ser usado dessa maneira em outras administrações. Muitos também dizem que não entendem os critérios para a seleção nos testes, levando a um clima de arbitrariedade e intimidação no departamento. Há casos, cita o WSJ, de funcionários colocados em licença administrativa após os testes e outros que preferiram pedir demissão a se submeter aos exames, segundo fontes próximas à situação.

As fontes do WSJ disseram ainda que Madison Sheahan, vice-diretora da Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e próxima de Noem, costuma ameaçar funcionários com testes de polígrafo durante reuniões. Em alguns casos, a própria Noem ou seu assessor Corey Lewandowski solicitaram ou ameaçaram funcionários a realizarem os testes.

O uso do polígrafo no DHS também atingiu altos cargos: o diretor interino da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês), Cameron Hamilton, foi submetido ao exame após o vazamento de informações sobre uma reunião com Noem e Lewandowski, na qual discutiram planos para desmantelar a agência. Ele foi demitido pouco depois.

A reportagem cita que o FBI também aplicou testes de polígrafo em funcionários suspeitos de contato com a mídia, como parte de uma ofensiva contra vazamentos anunciada pelo Departamento de Justiça, segundo a própria secretária de Justiça Pam Bondi. No Departamento de Defesa, o secretário Pete Hegseth também teria ameaçado altos líderes militares com o uso do polígrafo, embora não se saiba se os testes chegaram a ser realizados, conforme relataram fontes próximas ao caso.

The post EUA: Detector de mentiras vira ferramenta de intimidação na Segurança Interna appeared first on InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *