O destino das reservas de urânio enriquecido do Irã tornou-se o principal ponto de incerteza após o ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos no sábado (21) contra as principais instalações nucleares do país.
Embora o presidente Donald Trump tenha declarado que os complexos foram “destruídos”, o real impacto da operação ainda está sob análise — e autoridades americanas admitem não saber onde está o material nuclear que estava armazenado nas instalações.

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Logo após os bombardeios, autoridades iranianas afirmaram que o urânio havia sido removido dias antes dos ataques, sem, no entanto, revelar para onde foi transferido.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), o Irã havia acumulado cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60%, volume suficiente para a construção de até dez ogivas nucleares caso a concentração alcance 90%, nível considerado militar.
EUA pressionam
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, reconheceu neste domingo (22) que Washington busca respostas sobre o paradeiro do urânio. “Vamos trabalhar nas próximas semanas para garantir que façamos algo com esse combustível. Isso será parte das conversas com os iranianos”, afirmou em entrevista à rede ABC.
O secretário-geral da IAEA, Rafael Grossi, confirmou ter recebido uma carta oficial do chanceler iraniano Abbas Araghchi dias antes dos ataques, informando que o país tomaria “medidas especiais para proteger seu material e equipamento nuclear”.
Grossi ressaltou que qualquer movimentação de material atômico deveria ser previamente comunicada à agência, o que não ocorreu.
Ameaça invisível
A principal preocupação dos EUA, de Israel e da comunidade internacional é que o Irã esteja tentando preservar sua capacidade de retomar o programa nuclear no futuro, mesmo após ataques a infraestruturas como Fordow, Natanz e Isfahan.
“Manter o material escondido representa risco de proliferação e, eventualmente, de transferência para terceiros”, afirmou um diplomata europeu ouvido sob condição de anonimato pela Reuters.
O Irã insiste que suas atividades nucleares têm fins pacíficos, mas a falta de transparência na comunicação com a IAEA e a alta concentração de urânio já enriquecido reforçam os alertas sobre potenciais usos militares.
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Fonte: InfoMoney