Diversos estudos alertam para os impactos dramáticos da elevação do nível do mar. Milhões de pessoas serão afetadas nos próximos anos, mas algumas regiões já começaram a sentir os primeiros efeitos deste fenômeno.
É o caso da praia de Atafona, no município de São João da Barra, localizado no norte do Rio de Janeiro. Por lá, cerca de 500 edifícios já tiveram de ser totalmente esvaziados em função do avanço das ondas, e a situação pode piorar.
Ação humana acelerou um processo natural
Segundo especialistas, este processo é, em parte, natural e ocorria antes mesmo da ocupação do território. No entanto, as intervenções humanas no rio Paraíba do Sul contribuíram para acelerar esse fenômeno.
Atafona está perdendo, em média, cinco metros de terreno por ano. O distrito fica localizado no meio do delta do rio Paraíba do Sul, que, antes de chegar na região, atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Ao todo, a bacia do Paraíba do Sul tem 943 barragens. Elas diminuem a vazão do rio e a quantidade de sedimentos que ele carrega. Este desequilíbrio entre a areia retirada pelo mar e a que deixa de chegar pelo rio é a principal causa do problema.
Ao longo de cinco, quatro mil anos atrás, várias vezes aconteceram esses processos de erosão costeira. Aí, a planície erodia, mas depois ela voltava a se recuperar. O que a gente pode dizer é assim: eu não acredito que as barragens sejam o estopim da erosão, mas, considerando o contexto que a gente está tendo, pode ser que as barragens, atualmente, estejam intensificando o processo de erosão, que provavelmente tem causas mais naturais, eu acho.
Thaís Baptista, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense
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Mar pode subir mais 21 centímetros nos próximos anos
- De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado no ano passado, Atafona é uma das 31 localidades mais ameaçadas do mundo pela elevação dos oceanos.
- Entre 1990 e 2020, o mar subiu 13 centímetros na região, e pode subir mais 21 centímetros até 2050.
- Uma das soluções é a remoção de todos os afetados e a realocação das famílias.
- No entanto, parte da população resiste em deixar as suas casas.
- Por isso, as autoridades trabalham no desenvolvimento de novas ações que possam, pelo menos, minimizar o avanço das águas.
- As informações são da DW.
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Fonte: Olhar Digital