As buscas pela publicitária Juliana Marins, brasileira que caiu de um penhasco durante uma trilha ao cume do vulcão do Monte Rinjani, na Indonésia, foram retomadas na noite desta segunda-feira (23), por volta das 20h (6h no horário local). A informação foi divulgada pela irmã da vítima, Mariana Marins, no perfil do Instagram oficial sobre o caso (@resgatejulianamarins).
De acordo com Mariana, a tentativa de resgate vai envolver equipamentos como uma furadeira, que está posicionada para subir a montanha e compor um dos planos das equipes de socorro. Ainda de acordo com a Mariana, o plano não descarta usar um helicóptero na operação, hipótese que está sendo testada e, se possível, será posta em prática entre 11h e 12h do horário local.
“O sentimento é de que teremos Juliana de volta viva”, diz Mariana.
Pouco tempo depois de saber da retomada do resgate, a irmã da publicitária, que é natural de Niterói, convidou o público a se unir numa corrente de boas energias a Juliana.
“Convidamos a todos a se juntaram a nós em uma corrente do bem pela Juliana hoje, às 22h. Ela está recebendo nossa energia e se fortalecendo”.
O acidente
Conduzidos por um guia local, Juliana Marins e outros turistas caminhavam por uma trilha ao cume do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na província indonésia de Sonda Ocidentel, cujo fuso horário local é 11 horas à frente do horário de Brasília. De acordo com a família, ela teria reclamado de cansaço e parado. O guia, então, teria seguido viagem, deixando a publicitária para trás, que acabou caindo em um desfiladeiro a 500 metros de profundidade. A jovem foi localizada por um drone na tarde de domingo (22).
Localização
De acordo com perfil oficial do Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, “a vítima foi localizada com o uso de um drone, em posição presa a um paredão rochoso, a uma profundidade de aproximadamente 500 metros, e visualmente sem sinais de movimento às 6h30 (de segunda-feira (23) na Indonésia e 17h30 de domingo (22) no Brasil”.
Autoridades da Indonésia detalharam na manhã desta segunda-feira como localizaram a brasileira Juliana Marins, que estava desaparecida após um acidente no vulcão do Monte Rinjani, o segundo mais alto do país. Informações publicadas no Instagram oficial do Parque Nacional Gunung Rinjani apontam que a publicitária foi monitorada “com sucesso por um drone” e permanece presa em um penhasco rochoso a uma profundidade de cerca de 500 metros, “visualmente imóvel”.
Segundo as autoridades da Indonésia, duas equipes de resgate foram mobilizadas para chegar ao local da vítima e verificar o segundo ponto de ancoragem a uma profundidade de cerca de 350 metros. Apesar disso, após observarem o local, os socorristas encontraram duas “saliências” que impossibilitaram a instalação da ancoragem.
A equipe de resgate teve que começar a escalar para tentar alcançá-la. No procedimento, as equipes enfrentaram “terrenos extremos e condições climáticas dinâmicas”, com neblina espessa. Tais condições reduziram a visibilidade no local e aumentaram o risco da operação, de acordo com as autoridades. Por motivos de segurança, a equipe se recolheu e seguiu para uma posição segura.
Na sequência, ainda de acordo com as informações compartilhadas pela administração do Parque Nacional Gunung Rinjani, foi realizada uma reunião de avaliação via Zoom com o governador da província de Sonda Ocidental.
“Em sua orientação, o Governador incentivou a aceleração da evacuação com a opção de uso de helicópteros, considerando o período crítico de 72 horas (‘Tempo Dourado’) para resgates na natureza”, ressalta a nota.
Em resposta ao governador, o chefe do Escritório de Mataram Basarnas explicou o desafio técnico do resgate com helicóptero. Ele ressaltou que, tecnicamente, a missão é “possível”, mas seria preciso garantir que as especificações da aeronave fossem adequadas para o transporte aéreo. Além disso, ponderou que as “rápidas mudanças climáticas” podem influenciar na possibilidade de manejo do helicóptero para o resgate de Juliana.
“A equipe permanece de prontidão e comprometida em continuar os melhores esforços em prol da segurança e da humanidade. A natureza deve ser respeitada, a segurança continua sendo o principal fator”, conclui o comunicado.
Os esforços para buscá-la no segundo vulcão mais alto do país foram retomados na manhã desta segunda-feira (horário local). A família da jovem reclamou do novo recuo, apontou negligência e cobrou urgência das atividades, já que Juliana “segue sem água, comida e agasalhos por 3 dias”.
“Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana e está, neste momento, descendo até o local onde ela foi avistada”, escreveu a família pouco antes das buscas serem interrompidas.
Juliana, de 26 anos, havia sido vista pela última vez por volta de 17h10 do sábado (horário local) em imagens captadas por um drone de outros turistas. Ela aparece sentada na encosta, após a queda. Novas imagens compartilhadas numa conta no Instagram criada para divulgar informações sobre o caso mostram a publicitária durante o passeio — Juliana caminha pela vegetação, posa para fotos em meio às montanhas e até brinca com uma colega sobre a névoa, que impediu a vista.
A trilha do Monte Rinjani é considerada uma das mais difíceis para turistas na Indonésia. O vulcão se eleva a 3.726 metros do nível do mar, e o caminho tem quilômetros de subidas. Pacotes do passeio mostram opções de trilhas de dois, três e até quatro dias pela região. A de Juliana deveria durar de 20 a 22 de junho, por três dias e duas noites.
Família presa no aeroporto
A caminho da Indonésia para acompanhar o resgate, o pai da publicitária, Manoel Marins Filho, relatou dificuldades para chegar ao país. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele disse que está parado no aeroporto de Lisboa, em Portugal, após o espaço aéreo de Doha, no Catar, onde o voo faria conexão, ser fechado. Nesta segunda-feira (23), o Irã atacou uma base militar dos Estados Unidos no Catar e no Iraque em resposta a bombardeios americanos contra instalações de seu programa nuclear.
“Estamos no aeroporto de Lisboa e, infelizmente, o espaço aéreo do Catar foi fechado. Nosso voo, obrigatoriamente, passa por Doha. Não sei o que vai ser. Não sei o que a companhia aérea vai resolver e se vamos conseguir viajar ainda hoje para lá. Continuamos confiando em Deus e pedindo a ele que dê uma solução para tudo. Queremos e precisar chegar lá para poder acompanhar o resgate da Juliana”, disse.
Apesar do percalço, o pai mantém a esperança de encontrar a filha viva. E agradeceu o suporte que a família vem recebendo tanto de amigos quanto de desconhecidos.
“Hoje, saiu uma publicação do governo brasileiro falando que está somando esforços com o governo da Indonésia para agilizar o resgate da Juliana. Obrigado a todos que estão se mobilizando. Obrigado ao governo brasileiro, obrigado amigos, obrigado pessoas que nem conheço, mas que estão se solidarizando e apontando caminhos para que possamos trazer Juliana sã e salva, que é o que nós esperamos”, declarou.
Imagens do resgate
Interrompida na tarde desta segunda-feira (23) devido a condições climáticas desfavoráveis, a tentativa de resgate à publicitária niteroiense Juliana Marins, presa na encosta do vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, envolveu uma equipe de pelo menos dez resgatistas durante a manhã. Imagens divulgadas no perfil oficial do Instagram do Parque Nacional Gunung Rinjani mostram os profissionais instalando um girador de corda no cume e, em seguida, um deles descendo amarrado até certo ponto.

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Fonte: InfoMoney