Organizações suspeitas de fraudar aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em até R$ 6,5 bilhões têm acesso privilegiado ao governo federal, integrando conselhos e grupos consultivos de 10 ministérios, incluindo o Palácio do Planalto. Entre as entidades investigadas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) é a que possui maior presença, participando de pelo menos 16 desses colegiados.
O levantamento, realizado pelo Poder360, mostra que essas entidades, envolvidas em possíveis fraudes contra aposentados e pensionistas, estão presentes em conselhos que vão do Ministério da Agricultura ao de Relações Institucionais, passando pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Esses colegiados são responsáveis por discutir políticas públicas, assessorar ministros e até orientar a presidência em temas estratégicos.

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A Contag, que lidera o ranking de acesso aos conselhos, também é apontada pela Controladoria Geral da União (CGU) como a organização que mais reteve recursos dos aposentados em meio ao esquema de fraudes.
A entidade ocupa uma cadeira até mesmo no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, um grupo que tem a função de assessorar diretamente o presidente da República em questões de governo. Seu representante no colegiado é Aristides Veras dos Santos, presidente da instituição desde 2017 e um apoiador de longa data de Lula.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) também aparece em dois conselhos, compartilhando espaço com a Contag. Ambas as entidades estão sob investigação da CGU e da Polícia Federal por supostamente realizarem descontos irregulares em aposentadorias e pensões, lesando milhões de beneficiários do INSS.
Ainda que em menor escala, a Contag já havia ocupado conselhos do governo federal durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022. Naquela época, a organização esteve presente em 10 conselhos, sendo oito ligados ao Ministério da Agricultura. No entanto, o número de conselhos e o grau de influência da entidade cresceram consideravelmente desde o retorno de Lula ao Planalto.
O escândalo das fraudes no INSS ganhou força nos últimos anos. Entre 2022 e 2024, período que coincide com o retorno do PT ao governo federal, as denúncias e reclamações de descontos indevidos em benefícios previdenciários dispararam. Dados obtidos pelo Poder360 revelam que representantes das entidades suspeitas foram recebidos ao menos 15 vezes em ministérios como o da Previdência Social, Desenvolvimento Social e no próprio INSS desde o início do novo governo.
A presença dessas entidades em conselhos e o acesso direto a autoridades de alto escalão levantam questionamentos sobre a fiscalização e os critérios de escolha dos representantes que integram esses grupos.
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Fonte: InfoMoney