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Entenda a crise no Corinthians: do caso VaideBet à invasão da sede

O que começou como o maior contrato de patrocínio da história do Corinthians se transformou em uma crise sem precedentes. Denúncias de corrupção, disputa política nos bastidores e a insatisfação crescente da torcida culminaram na invasão da sede do clube, escancarando a instabilidade que domina o Parque São Jorge.

Veja abaixo todos episódios explicados que resultaram nesta reação das torcidas organizadas na tarde desta terça-feira (3).

Linha do tempo

Janeiro de 2024

No dia 7 de janeiro de 2024, o Corinthians anunciou o maior contrato de patrocínio máster do futebol brasileiro com a casa de apostas VaideBet, com três anos de duração. Muito comemorado de início, o negócio foi ganhando detalhes e causou muita dor de cabeça aos torcedores corintianos.

Junho de 2024

Em meio a diversas polêmicas, em 7 de junho, após cinco meses, a patrocinadora decidiu rescindir o contrato com o clube do Parque São Jorge por conta da suspeita de um laranja no contrato firmado entre as partes.

O assunto veio à tona após publicação do colunista Juca Kfouri, do portal Uol. A reportagem afirma que a empresa Rede Social Media Design LTDA, que intermediou o acordo entre a VaideBet e o Corinthians, repassou parte do valor da comissão (pago pelo clube) para outra organização.

A outra organização seria a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA, empresa que tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, mulher que mora em Peruíbe, no litoral de São Paulo, e afirmou, em entrevista ao Uol, desconhecer o caso.

Antes da rescisão, a VaideBet já havia enviado uma notificação extrajudicial sobre o suposto caso de “laranja” no acordo do clube com a organização. No documento, a empresa diz que as acusações violavam uma cláusula anticorrupção presente no contrato. O Corinthians enviou uma nota respondendo às alegações do suposto “laranja” no acordo.

Agosto de 2024

No dia 26 de agosto, noventa conselheiros do Corinthians protocolaram um pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo, citando o caso VaideBet como principal motivo.

Dezembro de 2024

Uma liminar impediu a votação do impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo do clube.

Janeiro de 2025

A votação do impeachment é retomada, mas suspensa após longa demora na aprovação da admissibilidade do processo.

Abril de 2025

No dia 3 de abril, Augusto Melo e ex-diretores do Corinthians foram intimados a depor no caso VaideBet.

Augusto Melo presta depoimento à Polícia Civil na condição de investigado no dia 16 de abril e negou as irregularidades.

Maio de 2025

No dia 22 de maio, a Polícia Civil de São Paulo indiciou o presidente do Corinthians, Augusto Melo, e mais três pessoas pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa em contrato com a casa de apostas VaideBet.

Em 25 de maio, o Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians recomendou por unanimidade o afastamento imediato de Augusto Melo do cargo por gestão temerária, citando contratos sem licitação, ausência de documentos e falta de balancetes auditados.

No dia 26, Augusto Melo foi oficialmente afastado da presidência do Corinthians. Em votação realizada no Parque São Jorge, conselheiros do clube aprovaram o processo de impeachment. Osmar Stábile assumiu de forma interina o comando do clube.

Na tarde deste sábado (31), Augusto Melo tentou retornar à presidência do clube paulista por meio de uma manobra nos bastidores, com aliados.

Em abril, o Conselho de Ética do Corinthians optou por afastar Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo. O argumento é de que o dirigente comandou a pasta de maneira parcial e fazia declarações contrárias ao clube.

Apesar disso, a decisão só foi confirmada na sexta-feira (30). Sob este pretexto, Maria Angela de Souza Ocampos, primeira secretária do conselho, alegou que todas decisões a partir do dia 9 de abril deveriam ser anuladas.

Maria Angela alegou que assumiu a presidência do Conselho Deliberativo do Corinthians com a saída de Romeu Tuma Júnior. Ainda que seja primeira secretária, ela se colocou como a primeira na linha de sucessão. Uma vez que o vice Roberson de Medeiros está de licença médica.

Na saída do Parque São Jorge, Augusto Melo afirmou que teria voltado à presidência do clube. Entretanto, Osmar Stábile, presidente interino, reiterou ainda ser o mandatário do Alvinegro.

Junho de 2025

No dia 2, Osmar Stábile definiu novos membros de sua diretoria com velhos conhecidos que foram ligados a gestão da chapa Renovação e Transparência, que durou 16 anos no poder até a chegada de Augusto Melo à presidência.

Agora, em 3 de junho de 2025, torcedores do Corinthians invadiram o Parque São Jorge, sede do clube, contra a atual situação política do clube.

Fonte: CNN Brasil

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